CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Um procedimento administrativo da Assembleia Legislativa inocentou dois servidores da Casa presos em setembro do ano passado, durante a primeira fase da Operação Metástase, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Eles são acusados de integrar uma suposta organização criminosa que teria desviado R$ 2 milhões do Legislativo, por meio de simulação de compras para justificar os gastos com as “verbas de suprimentos”, entre os anos de 2011 e 2014.
O presidente da Assembleia, Guilherme Maluf (PSDB), havia instaurado, em outubro passado, um processo administrativo disciplinar contra seis servidores, dos quais foram absolvidos Agenor Jácomo Clivati Júnior e Sérvio Túlio Miguéis Jacob.
Conforme portaria n° 001/2016 da AL, publicada no Diário Oficial do Estado que circula nesta sexta-feira (29), não ficou comprovada qualquer prática ilícita por parte de Agenor e Sérvio.
Segundo o documento, os servidores sequer são mencionados “no suposto esquema criminoso, de forma que não mais subsistem os motivos que levaram à abertura do processo administrativo disciplinar”, diz trecho da portaria.
Ainda são alvos de investigação, no entanto, os servidores Ana Martins de Araújo Pontelli, Geraldo Lauro, João Luquesi Alves e Maria Helena Ribeiro Ayres Caramello.
Esta última é considerada pelo Gaeco como uma das líderes do suposto esquema e é apontada como “xerife” do ex-presidente da Casa, José Riva.
Ela seria uma das responsáveis por receber dos servidores a verba de “suprimento de fundos”, que, posteriormente, seria repassada para pagar despesas pessoas ligadas ao então deputado Riva.
Maria Caramelo está detida no Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, desde o dia 13 de outubro.
O servidor Geraldo Lauro, ex-chefe de gabinete de Riva, também está detido.
O suposto esquema
Conforme o coordenador do Gaeco, promotor Marco Aurélio de Castro, as supostas fraudes teriam ocorrido por meio de compras fictícias, como de marmitas e materiais gráficos, com a emissão de notas fiscais falsas para justificar o uso do dinheiro.
"Os valores eram depositados em conta corrente e os servidores faziam as compras, unicamente, para justificar a utilização da verba e movimentar um sistema de corrupção na Assembleia”, afirmou.
A verba, de R$ 4 mil por servidor, seria concedida mensalmente aos servidores dos gabinetes dos deputados para compras em geral e custeio de outros serviços.
O benefício foi extinto pela atual Mesa Diretora da Assembleia.
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