CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O governador Pedro Taques (PSDB) sinalizou que não deverá revogar o decreto publicado por ele na última semana e que determinou intervenção no contrato firmado entre o Detran e a EIG Mercados.
A empresa é suspeita de ser pivô do esquema investigado na Operação Bereré, que apura desvio, propina e lavagem de dinheiro na ordem de R$ 27,7 milhões.
Nesta semana, a EIG classificou o decreto como “ilegal” e “autoritário” e deu prazo de 24 horas para que Taques o revogue.
É um direito constitucional do cidadão se insurgir contra o que quiser. Estamos muito tranquilos com decreto
“É um direito constitucional do cidadão se insurgir contra o que quiser. Está previsto no artigo 5, inciso 35 da Constituição. É um direito deles. Confio no Poder Judiciário”, afirmou o governador, na manhã desta quarta-feira (11).
Questionado sobre a possibilidade de revogação, Taques limitou-se a dizer: “Estamos muito tranquilos com o decreto”.
Em outras ocasiões o governador já afirmou que, a partir da delação do ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, o “Dóia” – que revelou esquema de corrupção na autarquia – é inviável manter o contrato com a EIG.
A empresa, por sua vez, afirma que as notícias sobre a delação do ex-presidente não estão totalmente completas, uma vez que a colaboração encontra-se em sigilo.
A EIG aponta ainda que Taques optou pela intervenção, mesmo com parecer contrário da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
Por fim, a EIG citou a possibilidade de eventuais “danos milionários” ao Estado, decorrentes de indenizações futuras à empresa.
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