CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
A ex-juíza e pré-candidata ao Senado, Selma Arruda (PSL), afirmou que recebeu escolta armada particular gratuitamente de uma empresa de segurança privada.
A magistrada teve sua escolta - até então fornecida pelo Poder Público - novamente suspensa, desta vez por decisão do juiz Mirko Vincenzo Giannotte, da Vara Especializada da Fazenda Pública da Comarca de Sinop (500 km de Cuiabá).
A decisão, proferida na manhã desta segunda-feira (18), atendeu a uma ação popular impetrada pelo vereador de Sinop, Geraldo Antônio dos Santos, conhecido como Tonny Lennon (MDB). A ação foi ingressada por meio do advogado e ex-juiz federal Julier Sebastião (PDT).
Recebi a decisão com bastante tranquilidade, até porque já recebi segurança como cortesia por uma empresa. Aí fica resolvido
“Recebi a decisão com bastante tranquilidade, até porque já recebi segurança como cortesia por uma empresa. Aí fica resolvido”, afirmou Selma.
Ao menos por ora, a ex-magistrada disse que prefere não dar declarações sobre a decisão do juiz de Sinop.
Ela apenas rebateu as alegações do juiz dando conta de que o governador Pedro Taques (PSDB) teria lhe autorizado escolta como forma de tentar cooptá-la para um possível arco de alianças, nas eleições deste ano.
“Não há fundamento nessas alegações. Ele [governador] nunca aventou nada sobre isso”, afirmou Selma.
Entenda o caso
A escolta usada pela ex-juíza Selma Arruda havia sido suspensa por decisão da Comissão de Segurança do TJ-MT, composta pelo desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha (presidente) e pelos membros: a juíza Maria Rosi Borba, os juízes Marcos Faleiros e Bruno D’Oliveira Marques e o coronel Benedito Ferreira.
Na decisão, a comissão apontou que Selma Arruda descumpriu os protocolos necessários, usando a escolta para eventos políticos e fins particulares.
Selma, por sua vez, deu declarações dando conta de que o protocolo é “ilógico” e garante segurança aos magistrados desde que eles “não saiam de casa”.
O presidente do TJ, desembargador Rui Ramos pediu uma reavaliação do caso e a comissão decidiu por manter a suspensão.
Na última semana, o governador Pedro Taques expediu um ato determinando que a Casa Militar providencie escolta de segurança para Selma Arruda.
Diante desta decisão, o vereador Tonny Lennon ingressou com uma ação popular contra Taques e contra a juíza.
Uma das alegações contidas na ação é a de que, ao autorizar que a Casa Militar faça a escolta de Selma, o governador “golpeou os princípios da impessoalidade e moralidade”.
Conforme o vereador, Taques está oportunizando a Selma o “privilégio” de ser escoltada às custas do dinheiro público, “em detrimento a todos os demais cidadãos mato-grossenses, que estão a mercê da violência que impera no Estado”.
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