DO G1
A advogada Valéria dos Santos, presa e algemada em uma audiência no Juizado Especial Cível em Duque de Caxias no dia 10 de setembro, questionou conclusão de um processo administrativo encerrado nesta terça-feira (25). Ela afirma que os fatos que aconteceram na audiência foram "distorcidos".
Na decisão, que negou a prática de qualquer desvio funcional dos servidores envolvidos e da advogada juíza leiga Ethel Tavares de Vasconcelos, que presidiu a audiência de conciliação, Valéria afirma que há testemunhos de que ela teria se jogado no chão, para não sair do local da audiência, e agredido pessoas antes de ser presa e algemada.
"As verdades dos fatos que ocorreram são meio distorcidas, não procedem com o que eu falei e com o meu depoimento, além dos documentos que eu anexei. Vocês observam na gravação, você percebe, eu em nenhum momento eu fui agressiva. Eu fui resistente, eu não queria sair. Mas eu não agredi ninguém naquele recinto, nem os policiais. Então isso não procede, que me algemaram para manter a minha integridade física", afirmou Valéria, em entrevista por telefone. Ela está nesta semana em São Paulo. Neste momento, segundo ela, é hora de esperar pelo recurso.
As verdades dos fatos que ocorreram são meio distorcidas, não procedem com o que eu falei e com o meu depoimento, além dos documentos que eu anexei
"Se as nossas prerrogativas são violadas, a gente tem uma comissão que vai nos defender, com advogados especializados somente nisso. Então a gente não faz nada, a gente aguarda", explicou ela.
"Mas tem horas que a gente fica no limite, tem que se pronunciar. Aqueles advogados que falaram que eu me debati, eu sinto pena deles. Eu sou uma pessoa que não tenho medo, da perseguição que eu possa sofrer. Eu tenho 48 anos, não dá mais. Cansei de ser subjugada", afirmou.
A advogada Valéria dos Santos foi algemada e presa dentro de uma sala de audiência, no 3º Juizado Especial Cível de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 10 de setembro.
Tudo começou depois que uma juíza leiga e uma advogada discutiram se incluiriam ou não uma contestação no processo. A discussão foi gravada em vídeos.
Imagens mostraram a advogada discutindo com uma mulher durante a audiência. A juíza leiga disse que queria encerrar a audiência, mas Valéria disse que ainda não tinha terminado o trabalho dela e feito as contestações do caso.
A juíza disse que ela tinha que esperar o delegado da OAB fora da sala. Com a persistência do impasse, a juíza resolveu chamar a polícia, e a discussão continuou. Logo após, imagens mostram Valéria no chão algemada.
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