CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO
O governador Pedro Taques (PSDB) publicou ato suspendendo o prazo para a conclusão do inquérito em que investiga as ações da tenente Izadora Ledur Souza Dechamps, do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso. O ato é datado desta segunda-feira (7).
A tenente é acusa de torturar o aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, que morreu em 2016, durante um treinamento da corporação.
Conforme assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiro, o ato do governador atende a um pedido da defesa da tenente, que, já no oitavo atestado médico, não pode participar dos atos da investigação.
“[...] Resolve sobrestar, a contar de 20 de abril de 2018, o prazo para a conclusão dos trabalhos do Conselho de Justificação criado pelo Ato nº 18.200, de 31 de maio de 2017”, consta trecho de publicação.
O governador então pediu que os autos do Conselho de Justificação, criado pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros, sejam encaminhados à Procuradoria Geral do Estado.
O ato, no entanto, não fala qual o prazo de sobrestamento.
Em dezembro passado Taques já havia determinado a suspensão de 60 dias do inquérito.
Caso a investigação prossiga e ficar comprovado que a tenente foi responsável pela morte de Rodrigo, as penas podem variar de advertência até a prisão.
Relembre o caso
A morte do aspirante ocorreu no dia 15 de novembro de 2016, após intenso treinamento no Corpo de Bombeiros, na Lagoa Trevisan.
Ele chegou a ser levado para o Hospital Jardim Cuiabá, na Capital, onde permaneceu internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por cinco dias.
Em depoimento, colegas de curso de Rodrigo informaram que ele vinha sendo submetido a diversos "caldos" e que chegou a reclamar de dores de cabeça e exaustão.
Ainda assim, ele teria sido obrigado a continuar na aula pela tenente, que na época era responsável pelos treinamentos dos novos soldados da corporação.
A tenente foi afastada logo após a morte. No entanto, segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Júlio Cézar Rodrigues, esta não foi a primeira vez que ela estava sendo investigada por cometer excessos nos treinamentos.
Da primeira vez ela foi acusada - em uma denúncia anônima ao Ministério Público Estadual (MPE) - de fazer pressão psicológica em alunos durante os treinos do 15º curso de formação dos bombeiros.
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