LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O governador Mauro Mendes (DEM) defendeu as recentes decisões do Poder Judiciário sobre as regras de contenção da proliferação da Covid-19 a serem seguidas pelos Municípios do Estado.
Para ele, o caos na condução do enfrentamento à Covid acabou fazendo com que o Ministério Público e o Judiciário passassem à frente das autoridades políticas.
“O MPE e o Judiciário acabaram tomando decisões... Coisas que prefeito não decide, autoridades não decidem, ou um decide e o outro não faz. Quer dizer, virou uma coisa bagunçada”, afirmou, em entrevista à rádio CBN Cuiabá, nesta terça-feira (6).
“Mas o diálogo nesse momento é mais importante do que o excesso de força”, acrescentou.
Segundo Mendes, o Governo tem tomado todas as medidas possíveis para tentar vencer o vírus. Ele citou como exemplo a abertura de leitos de UTI Covid desde o início da pandemia e os decretos pedindo às pessoas para que restrinjam a circulação e respeitem as medidas de biossegurança.
No entanto, Mendes pontuou que, ainda que não meça recursos ou empenho, o Estado sofre com limitações de disponibilidade de pessoal.
“Não adianta só abrir [leitos de UTI]. E nós não estamos conseguindo abrir mais, porque faltam profissionais treinados e qualificados. As pessoas precisam fazer a sua parte para salvar a sua vida e a da sua família. Distanciamento, máscara, evitar aglomeração”, afirmou.
Pior índice de isolamento
O governador ainda criticou o comportamento da população pelo fato de Mato Grosso ter o pior índice de isolamento social do País.
Para ele, a maioria das pessoas segue "tocando a vida como se nada estivesse acontecendo".
"E já está comprovado de que o vírus propaga pelas pessoas, não pelo gato, ar ou cachorro. O vetor de transmissão somos nós, seres humanos, pelo contato, pela saliva", afirmou.
“Estamos tentando fazer o distanciamento, mas a maioria não quer. Então, as consequências vêm. Muita gente circulando, muito vírus circulando, muita gente se contaminando e lamentavelmente, muita gente perdendo a vida”, completou.
Brasil sem rumo
O governador ainda afirmou que o Brasil vive um momento de “desordem e desequilíbrio” em razão da falta de uma liderança que consiga conduzir toda a nação no combate à pandemia do novo coronavírus, o que se reflete em números de mortes cada vez maiores.
“Temos que reconhecer que o Brasil vive uma grande confusão, um momento de desordem e desequilíbrio, e isso é muito ruim, muito perigoso”, apontou.
“Esse desequilíbrio leva a ter decisões conflitantes e o cidadão fica perdido no meio do tiroteio. Ele não sabe se ele ouve o prefeito, o governador, o presidente, o papa, o bispo, porque cada um fala uma coisa”, afirmou.
Mendes ainda lamentou que o Estado tenha voltado a bater recorde de mortes pela Covid-19 em 24 horas, tendo registrado 128 mortes no boletim lançado pela Secretaria de Estado de Saúde nesta segunda-feira (5).
“Não existiu no Brasil uma voz única nessa pandemia, uma liderança forte que pudesse conduzir o país para um rumo e todo mundo seguisse. E é assim que uma nação vence uma guerra. Nós estamos perdendo muitas vidas”, lamentou.
“Temos 2,7% da população mundial e estamos respondendo por 30% ou mais das mortes que acontecem no mundo inteiro. Então, algo está acontecendo de errado no Brasil”, citou.
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