THAÍZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
A Procuradoria Geral da República (PGR) abriu uma investigação contra a conselheira interina do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jaqueline Jacobsen Marques, por suposto tráfico de influência, exploração de prestígio, associação criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
A investigação foi instaurada pela subprocuradora geral da República, Lindôra Maria Araújo no dia 19 de março.
A investigação tem como base uma denúncia anônima revelando que a conselheira constituiu em junho de 2017 a empresa Jacobsen Assessoria e Consultoria Ltda usando os nomes da sua filha, Eveline Guerra da Silva, e da irmã, Camila Salete Jacobsen Marques.
De acordo com a denúncia, a empresa teria sido beneficiada com diversos contratos com órgão públicos, entre eles, as prefeituras e câmaras municipais de Canarana, Ribeirão Cascalheira, Barra do Bugres, São Felix do Araguaia, Água Boa e Confressa.
"Acrescentou que a essa pessoa jurídica teria expandido consideravelmente seus negócios a partir de setembro de 2017, mediante obtenção de dispensa de licitação, carta convite e registro de preço, exatamente quando Jaqueline Jacobsen passou a substituir os conselheiros afastados em razão de investigação deflagrada pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal”, diz trecho da denúncia.
Ainda segundo a denúncia, a captação de clientes era feita pelo advogado Raphael Vargas Licciardi, que até 2019, ocupava o cargo de assessor da conselheira no TCE.
A denúncia aponta ainda uma possível artimanha para garantir a participação da conselheira nos julgamentos das contas dos municípios que a empresa tinha contrato.
"Embora seja comum empresa de consultoria contábil e jurídica assinar petições em companhia dos gestores, a Jacobsen Consultoria deixa de assim proceder para evitar o impedimento da conselheira Jaqueline Jacobsen no julgamento e análise das contas dos entes públicos contratantes", diz o documento.
A subprocuradora afirmou que “o exame dos autos revela a existência de suspeita razoável quanto à possibilidade de que municípios do estado de Mato Grosso tenham celebrado contrato com a Jacobsen Assessoria e Consultoria Ltda, ou Jacobsen & Prates Soares Ltda atraídos pela expectativa (ou promessa) de obter uma análise favorável de suas contas pelo órgão de controle externo, tendo em vista a natureza do serviço ofertado e o vínculo das empresárias com a autoridade responsável pelo julgamento".
Para embasar a investigação, Lindôra solicitou que o TCE-MT encaminhe, no prazo de 60 dias, os processos de prestação de contas das prefeituras e câmaras municipais referentes ao exercício de 2018, que tenham tido relatoria da conselheira.
Outro lado
O Tribunal de Contas de Mato Grosso informou que por se tratar de uma conselheira substituta, o caso está sendo acompanhado pela Consultoria Jurídica Geral do órgão em sigilo, que prestará as informações solicitadas pela Procuradoria Geral da República dentro do prazo determinado.
Quer receber notícias no seu celular? PARTICIPE DO NOSSO GRUPO DE WHATSAPP clicando aqui .