CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Waldir Teis, se ofereceu para trabalhar nos serviços gerais do Centro de Custódia da Capital (CCC), onde está preso desde o dia 1º de julho.
O pedido para atuar na cadeia foi feito oralmente ao diretor da unidade prisional Ewerton Santana Gonçalves. Caso aceito, Teis poderá trabalhar como auxiliar de limpeza, na cozinha e até na horta do CCC.
Teis foi preso ao se apresentar à Polícia Federal após tomar ciência do mandado de prisão preventiva, que foi proferido pelo ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça.
Ele tentou embaraçar a investigação da Polícia Federal ao jogar cheques assinados em branco e canhotos no lixo do prédio enquanto eram cumpridos, em seu escritório, mandados de busca e apreensão no âmbito da 16ª fase da Operação Ararath.
Segundo o advogado do conselheiro, Diógenes Curado, Teis quer atuar de maneira colaborativa com a unidade. “Ele quer interagir, fazer cursos, não quer ficar parado”, limitou-se a dizer o advogado.
Nova rotina
Por ser conselheiro, e o cargo ter status de magistrado, Teis é encaminhado para a cela chamada “sala de estado maior”. No entanto, por conta da pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, o protocolo é para que novos presos que chegam à unidade passem por um período de quarentena.
Teis – que não apresenta nenhum sintoma da doença - está isolado desde que chegou e deve ficar até a segunda-feira (13), quando será encaminhado para a sala de estado maior.
Conforme apurou a reportagem, a sala contém cinco camas, tem aparelho de televisão e ventilador. O local, no entanto, não conta com nenhum preso atualmente. Assim, Teis deve ficar sozinho na cela.
A diferença ainda está no “banho de sol”. Ao contrário de outras cadeias, as salas não possuem grades e ficam abertas durante todo dia permitindo que o preso ande pelas dependências do local.
A noite as salas são fechadas para os presos dormirem, e pela manhã reabertas. Os horários para alimentação também são predeterminados.
Prisão do conselheiro
O ministro Raul Araújo, ao expedir o mandato de prisão preventiva, apontou indícios de materialidade e autoria dos crimes investigados.
Ele argumentou a “garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e também pelo perigo gerado pelo investigado contra a elucidação dos fatos”.
Segundo o relatório da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), que embasou a prisão, os cheques são de empresas ligadas à organização à qual o conselheiro é suspeito de integrar. De acordo com o MPF, os canhotos dos cheques somam mais de R$ 450 mil.
A defesa do conselheiro, entrou com pedido no STJ para o relaxamento. Segundo o advogado, os cheques jogados no lixo não seriam provas de crimes e a atitude foi apenas um rompante que o conselheiro teve como forma de proteger familiares.
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