CAMILA RIBEIRO E DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO
O deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) sugeriu que o fato de ter sido citado na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) se deve a uma mágoa do peemedebista, de quem ele se diz amigo.
Na delação, já homologada pelo Supremo Tribunal (STF), Silval revelou um esquema de pagamento de propina de R$ 18 milhões na obra de construção da Arena Panatanal, em Cuiabá.
Segundo o ex-governador, Romoaldo teria sido um dos beneficiados no esquema, por meio de pagamentos realizados pela empresa Canal Livre Comércio e Serviços, responsável pela instalação do sistema de iluminação, informação e tecnologia do estádio.
Sou amigo pessoal do Silval, sou companheiro dele, fui cabo eleitoral de todas as campanhas dele. Estranhei (as declarações dele), mas acho normal para uma pessoa que passa 21 meses presos
“Sou amigo pessoal do Silval, sou companheiro dele, fui cabo eleitoral de todas as campanhas dele. Estranhei [as declarações dele], mas acho normal para uma pessoa que passa 21 meses presos”, disse o deputado.
“O Silval foi governador do Estado, não esperava ser preso sem uma condenação. Ele sofreu muito na cadeia e eu tenho certeza que se ele se sentiu abandonado. Não só por mim, como por muitos outros deputados estaduais, federais, senadores, pelos membros do PMDB”, afirmou.
Para Romoaldo, a delação do ex-governador foi uma forma que ele encontrou de garantir que não retornará mais à cadeia.
“Quando a pessoa sai da prisão, ela fala: ‘Não quero voltar pra lá’. E aí vai jogar todo mundo no mesmo saco, cada um agora vai ter que provar. Eu tenho certeza absoluta que a denúncia que ele fez contra mim não vai prosperar, porque não tem sentido”, afirmou o parlamentar.
“Sem interferência”
O deputado afirmou que, embora tenha uma relação de amizade com o proprietário da Canal Livre, jamais fez qualquer intermediação para que a empresa ganhasse o processo licitatório para obras na Arena Pantanal.
Ele ainda negou ter recebido algum tipo de vantagem no esquema.
“O proprietário da Canal Livre é meu amigo há muitos anos, cliente da assessoria do meu filho, amigo de me emprestar recursos. Não interferi um milímetro para ele ganhar. Ele ganhou e fez um grande trabalho. Quem foi lá na Copa viu. Inclusive, de todas as obras da Copa, uma das poucas 100% concluída, sem nenhuma irregularidade foi a dele”, disse.
“Nunca pedi nada sobre o contrato. Se houve alguma negociação foi da parte do governador. Não posso por isso ser culpado, nem condenado, muito menos antecipadamente”, concluiu o deputado.
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