ISA SOUSA E LAÍSE LUCATELLI
DO MIDIANEWS
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) também prendeu, nesta manhã (26), Amarildo Santos, assessor e ex-marido de uma prima do vereador João Emanuel (PSD). Ele foi detido em um posto de gasolina, em Cuiabá.
Além dos dois, o Gaeco irá cumprir mais dois mandados de prisão, contra acusados de participar de esquema de lavagem de dinheiro público e falsificação de documentos de terrenos.
Segundo o Gaeco, Santos é acusado de uso de documento público falso, crime de falsidade ideológica e estelionato. Ele está sendo encaminhado para Penitenciária Central do Estado.
O advogado de Emanuel, Eduardo Mahon, se disse "perplexo" com a prisão do vereador. Segundo ele, o parlamentar sempre se colocou à disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Ao MidiaNews, Mahon afirmou que deve entrar com um habeas corpus ainda hoje.
Participação de Amarildo
Em depoimentos ao Gaeco no ano passado, a empresária Ruth da Silva Dutra e seu filho, Pablo Noberto Dutra, que supostamente tiveram um terreno envolvido no esquema de Emanuel, Amarildo aparece se apresentando como um assessor do vereador.
Pablo foi ouvido pelo Gaeco no dia 18 de outubro passado e afirmou que, no dia 4 do mesmo mês, estava em seu local de trabalho, a Neox Visual, quando foi procurado por Caio Freitas e “mais quatro ou cinco pessoas que aparentavam ser seguranças ou cobradores”.
Caio, que aparece nas investigações da Operação Aprendiz, como dono de uma factoring, teria cobrado de Pablo a entrega de terrenos no bairro Areão, os quais teriam sido adquiridos por ele através de procuradores e supostamente comprados por João Emanuel.
Pablo disse que foi pressionado pelos seguranças e um deles se apresentou como Amarildo dos Santos, assessor de Emanuel.
Também estava presente Evandro Viana Stábile (filho do desembargador Evandro Stábile, afastado do TJMT), ex-sócio de Pablo na Gráfica Imprimais e que teria dito: “Pablo, você fez o negócio; agora, os caras estão pressionando aqui”.
Caio, Pablo, Evandro e Amarildo combinaram de ir ao Cartório do 2º Ofício, em Várzea Grande, onde a venda teria sido concretizada. Pablo disse ter descoberto que a procuração assinada por sua mãe Ruth era falsificada.
Uma reunião foi marcada para o dia 7 de outubro, na Neox, para tratar do assunto. Participaram Pablo, Ruth, Evandro e Amarildo.
Teria sido Amarildo a propor R$ 500 mil para o ressarcimento dos terrenos para que Ruth não ingressasse com nenhuma ação judicial declaratória de nulidade.
Delegado ouvirá presos (Atualizada às 10h35)
O delegado que deverá ouvir os presos é Pedro Elias Miguel Daehr. À imprensa ele afirmou que vai tomar conhecimento do caso e cumprirá decisão do Poder Judiciário.
Procurador-legislativo chega a Polinter (Atualizada às 10h38)
O procurador-geral Legislativo da Câmara de Cuiabá, Rodrigo Cyrineu, chegou a Polinter para prestar possíveis esclarecimentos quanto a atuação de João Emanuel quando esteve a frente da Presidência.
Gaeco pediu prisão de oito (Atualizada às 11:06)
Apesar da Justiça ter acatado mandados de prisão para quatro pessoas, o Gaeco havia pedido a prisão de oito.
São elas: Marcelo de Almeida Ribeiro, vulgo “Frango” ou “Quiqui”, que se diz corretor de imóveis; Mário Borges Junqueira, vulto "Boqueta" e que se diz empresário; André Luiz Guerra Santos, que se diz empresário; Érica Patrícia Cunha da Silva Rigotti, sem profissão fornecida; Pablo Noberto Dutra Caires e Evandro Vianna Stábile, que se diz empresário.
Emanuel foi detido perto do Big Lar (Atualizada às 11:14)
João Emanuel foi preso um pouco antes da 9 horas, na Avenida Miguel Sutil, nas proximidades do supermercado Big Lar. Ele dirigia o seu veículo quando foi abordado por policiais que o pediram para parar.
A partir daí, João Emanuel foi informado do mandado de prisão e conduzido à prisão. O vereador ainda comunicou da prisão para assessores mais próximos, incluindo o seu advogado.
Advogado fala com João Emanuel (Atualizada Às 11:17)
Eduardo Mahon, que está na sede da Polinter, afirmou que conversou com Emanuel a pouco e que ele está "calmo e sereno porque é uma pessoa muito equilibrada".
Para o advogado, a situação não deve se postergar. Porém, caso se delongue, é direito do vereador pedir licença das funções parlamentares.
João Emanuel não fez nenhum tipo de pedido especial. Como hoje é dia de visita, parentes do vereador são esperados no local.
Vereador fez post no Facebook (Atualizada Às 11:23)
Na manhã de hoje (26), pouco depois das 8 horas, o vereador João Emanuel (PSD) fez um post em sua página no Facebook com os seguintes dizeres: "Deus se moverá em nosso favor porque esperamos nele. A melhor quarta-feira a todos".
Poucos minutos depois, ele foi detido pelo Gaeco.
Divisão de cela (Atualizada às 11:50)
O vereador João Emanuel dividirá a cela na Polinter com o ex-deputado federal, condenado pelo Mensalão petista, Pedro Henry (PP). O espaço é de 3 por 2, contendo uma beliche, ventilador, TV e geladeira.
Segundo apurou a reportagem, o primeiro almoço de Emanuel na Polinter será composto de peixe, pirão, arroz, feijão e salada.
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