CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o delegado da Polícia Civil Flávio Stringueta por supostos de crimes de calúnia, difamação e injúria contra promotores de Justiça de Mato Grosso.
A denúncia é assinada pelo promotor de Justiça Marcos Regenold e foi encaminhada à 10ª Vara Criminal de Cuiabá na terça-feira (6) - veja denúncia na íntegra AQUI.
Conforme a denúncia, o delegado escreveu o artigo “O que importa nessa vida”, publicado em fevereiro deste ano em diversos meios de comunicação, em que atribuiu condutas criminosas à promotores de Justiça.
Na publicação, Stringueta afirmava não existir "instituição mais imoral que o MPE-MT".
“Flávio Henrique Stringueta ciente da ilicitude e reprovabilidade de seus atos, caluniou, difamou e injuriou [...] membros do Ministério Público, em razão de suas funções e por um meio que facilita a divulgação, qual seja, a internet”, disse o promotor.
Para Regenold, os ataques proferidos pelo delegado podem ter motivações eleitoreiras para 2022.
“O mote de tal conduta possivelmente reside no fato do denunciado ter pretensões políticas de se candidatar nas próximas eleições e adotou a tática de proferir reiteradas ofensas a dignidade e a honra dos membros do Ministério Público”, disse.
Conduta recorrente
O promotor ainda afirmou que Stringueta acusou os promotores de Justiça de praticarem um possível crime de peculato.
Ele citou como exemplo um trecho do artigo em que Stringueta diz que “o MPE devolvia o restante do duodécimo aos seus membros. Só aos promotores, obviamente. Dinheiro público devolvido a quem não tinha esse direito”.
“Expressamente o denunciado reafirmou, com todas as letras, que os promotores de justiça, membros do Ministério Público Matogrossense ‘rateavam’ as sobras dos valores repassados a instituição a título de duodécimo (fato determinado), o que retrata esquema de apropriação de dinheiro público, que configuraria o crime de peculato”, disse.
O delegado já havia acusado os membros do MPE de ratear o montante em outro artigo publicado em 2017. À época, o delegado foi processado e chegou a pedir desculpas públicas a instituição.
“Após reconhecer como falsa a imputação em evidência e publicar retratação com ‘pedido de desculpas’, o denunciado novamente, com animus caluniandi, foi a público propalar a mesma ofensa a um grupo específico de membros do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, no caso, os promotores de justiça, dos quais os ofendidos fazem parte”.
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