ISA SOUSA
DA REDAÇÃO
O Conselho Superior do Ministério Público Estadual analisará na próxima segunda-feira (19), em reunião extraordinária, se homologará ou não o arquivamento do inquérito civil que investiga a suposta participação do ex-governador, e atual senador, Blairo Maggi (PR), no “Escândalo dos Maquinários”.
O episódio, que ficou conhecido nacionalmente, culminou no desvio de R$ 44 milhões dos cofres públicos, em 2009, através de um esquema no processo de compra de 705 máquinas e caminhões.
A reunião de caráter extraordinário foi decidida em sessão tumultuada - e com princípio de bate boca - no último dia 5 de dezembro, já que o procurador Paulo Prado, que pediu vistas do processo no dia 7 de novembro, não compareceu.
A ausência de Prado, inclusive, foi vista pelos próprios procuradores como “estranha”, já que o tema é expressivo e de interesse social.
Conforme os procuradores Edmilson da Costa Pereira e Vivaldino Ferreira de Oliveira, por exemplo, seria imprescindível que a análise fosse feita o mais rápido possível.
“Esse processo está sendo bastante repercutido na mídia e o que eu não gostaria é que fosse para uma reunião extraordinária dando a entender que somente ele será analisado”, disse Edmilson no dia 5 de dezembro.
Porém, segundo a procuradora Eliana Cícero de Sá Maranhão Ayres, única a defender Paulo Prado, era possível adiar para fevereiro a análise.
“Eu acho que a conotação que vocês estão dando é que a ausência dele é proposital e nós temos que preservar o Ministério Público, preservar a nossa instituição. Eu estou gripada,de cama e vim votar. Eu acho que nós não estamos levando a sério, nós temos que levar a sério nosso trabalho, respeitando o colega. Se vocês querem mais celeridade, vamos fazer uma ordinária em fevereiro”, afirmou, também na data.
Frustração
Para Vivaldino, faltou priorização de Prado em relação a análise.
“Se o motivo é uma audiência ou outra coisa, não importa, porém a questão talvez não esteja na priorização. Eu fico frustrado, me desloquei até aqui e não há um posicionamento de celeridade. No dia 19, eu não irei vir”, adiantou o membro do MPE.
Ainda que outros procuradores estejam ausente, o esperado é que Paulo Prado compareça para apresentar sua análise.
Vale lembrar que o procurador pediu vistas das preliminares do processo, o que significa que a decisão quanto ao arquivamento ou não de Maggi da ação pode não ser decidida na segunda-feira. Uma das hipóteses, por exemplo, é que ao entrar na matéria em si, outro procurador – ou até o mesmo - faça novo pedido de vistas.
A respeito da possibilidade de não decidir sobre a homologação, o procurador-geral Marcelo Ferra já havia se posicionado no mesmo sentido na reunião do dia 5. “Nada impede que alguém peça vista novamente”,afirmou.
A reunião do dia 19 tem despertado a atenção do segmento jurídico e da sociedade. A Rádio CBN, do Grupo Gazeta de Comunicação e comandada pelo ex-senador Antero Paes de Barros, estuda a possibilidade de transmiti-la ao vivo, direto do Ministério Público Estadual.
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