DA REDAÇÃO
Na denúncia relativa à Operação Sodoma, o Ministério Púlico Estadual (MPE) acusa o médico Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), de ser responsável por identificar possíveis empresas para participar do esquema de corrupção no Governo passado, além de atuar como arrecadador de parte da propina em nome de seu pai. Ele também é suspeito de promover a lavagem de dinheiro para o grupo.
Autora da denúncia, a promotora Ana Cristina Bardusco diz que Rodrigo era o "longa manus" de Silval, ou seja, atuava como uma extensão do poder de seu pai.
A importância (de Rodrigo) é proporcional à proteção que sua identidade recebeu ao longo da atuação da organização
Denunciado por organização criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e extorsão, Rodrigo foi preso na manhã desta segunda-feira (25) em seu escritório, na Avenida do CPA, em Cuiabá.
O nome dele ainda não havia aparecido nas investigações da Operação Sodoma, que apurou a suposta cobrança de propina por parte de integrantes do Governo passado. A alegada extorsão se dava para a concessão de benefícios fiscais e a manutenção de contratos com prestadores de serviço.
“A revelação tardia da participação de Rodrigo Barbosa nas investigações em curso, poderá provocar a conclusão que sua atuação era limitada e, portanto, pouco perceptível, tratando-se de membro de pouca expressão na organização criminosa”, diz trecho da denúncia.
“Sem dúvida conclusão equivocada, pois, ao contrário, a sua importância é proporcional à proteção que sua identidade recebeu ao longo da atuação da organização”.
O MPE ainda afirma que a conduta ostensiva de Rodrigo só ocorria “no próprio ambiente da organização criminosa, ou seja, só a exteriorizava para os seus cúmplices, o que lhe implicava em maior proteção, exatamente em razão de estar umbilicalmente ligado ao líder [Silval] e, na missão de arrecadar o seu ganho criminoso e promover a respectiva lavagem de capital”.
Presença no Paiaguás
Em sua delação premiada, o ex-secretário estadual de Administração, César Zílio, preso na segunda fase da operação, afirmou que, com muita frequência Rodrigo “se fazia presente no palácio do governo, no gabinete de seu pai, muitas vezes acompanhado por Pedro Elias [ex-secretário estadual de Administração, preso na terceira fase da operação]”.
A denúncia aponta ainda que Pedro Elias entrou para o grupo de Silval a convite de Rodrigo. Primeiro, atuou na campanha para o Governo do Estado em 2010.
Em fevereiro de 2011, foi nomeado assessor especial da Casa Civil, onde ficou até fevereiro de 2013, quando virou adjunto de Gestão de Gastos. Em janeiro de 2014, foi nomeado secretário estadual de Administração.
Em sua delação premiada, Pedro Elias contou que Rodrigo ocupava na suposta organização criminosa o mesmo grau hierárquico que Sílvio Correa, ex-chefe de Gabinete de Silval.
Segundo o MPE, eles mantinham "contato direto com Silval e, em nome do líder, repassavam aos demais membros ordens de ilícitos a serem executados".
Veja a saída de Rodrigo Barbosa da Defaz:
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