CAMILA RIBEIRO
DO MIDIANEWS
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) negou a existência de um suposto esquema de desvio de recursos dos cofres da Prefeitura de Cuiabá, entre os anos de 2005 a 2007, e que, supostamente, teria ocorrido por meio de contratos firmados com particulares.
A denúncia, ajuizada pelo Ministério Público do Estado (MPE) contra o ex-prefeito da Capital, foi aceita em 2012 e o julgamento do político e de outras duas pessoas foi designado para o dia 7 de outubro.
Segundo consta na denúncia, o suposto esquema teria desviado R$ 6 milhões das contas do Palácio Alencastro.
"Nessa parceria, não havia a entrada de recursos financeiros, o Município não recebia dinheiro. Pra mim, esse montante de R$ 6 milhões achismo, chutômetro. Se não entrou dinheiro, é chutômetro"
Santos explicou ao MidiaNews que, na época, o Município disponibilizava espaços públicos - como rotatórias, avenidas e canteiros - a instituições particulares e estas, por sua vez, utilizavam os espaços para publicidade, além de oferecer bens e serviços à Prefeitura.
“Nessa parceria não havia a entrada de recursos financeiros, o Município não recebia dinheiro. A PPP não previa a arrecadação de recursos pecuniários. Nós recebíamos, em troca da utilização dos espaços públicos, veículos, motocicletas, computadores, que eram utilizados pelo Município”, afirmou o deputado.
“Então, como é que pode ter havido desvio de R$ 6 milhões, se não entrou dinheiro nos cofres da Prefeitura?”, questionou.
Wilson Santos ainda classificou como “achismo” o valor supostamente desviado dos cofres da Prefeitura.
“Pra mim, esse montante de R$ 6 milhões achismo, chutômetro. Se não entrou dinheiro, é chutômetro”, afirmou.
Surpresa
Wilson Santos disse ainda que, na época em que foi denunciado, viu a questão com muita surpresa.
“Na vigência dessa parceria, o MPE, através dos promotores de justiça Ana Luiza Peterlini e Domingos Sávio Barros de Arruda, identificaram algumas irregularidades nos contratos. A partir daí, nós assinamos um TAC com o MPE e o programa encerrado”, explicou.
“Firmamos o TAC e acreditávamos que estava encerrado esse assunto. Para mim, foi uma surpresa a denúncia do MPE, tendo em vista que já havia assinado TAC com o Ministério Público”, completou.
Julgamento
Wilson Santos afirmou que irá arrolar como testemunhas do caso as instituições privadas que firmaram as parcerias com a Prefeitura e que, segundo ele, poderão comprovar a licitude da parceria.
“Estarei sempre à disposição da Justiça, comparecei a quantas audiências forem marcadas. Respeito qualquer decisão judicial, mas, se eu não concordar, vou usar os recursos legais que me cabem”, completou o deputado.
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