CAMILA RIBEIRO E JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO
O coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (
A operação - que teve a terceira fase, denominada “Grão Vizir”, deflagrada nesta semana - investiga esquema de propinas e fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Esta última fase resultou na prisão do empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, acusado de arquitetar um esquema de fraudes no Governo Pedro Taques (PSDB) para recuperar cerca de R$ 10 milhões investidos por ele na campanha do tucano.
Vamos oferecer denúncia na segunda-feira. Seria inaceitável de nossa parte, até incabível, oferecer denúncia sem dar a oportunidade de ouvi-lo
“Estão questionando o motivo de o Gaeco estar ouvindo o Malouf tão rápido. Isso ocorre porque vamos oferecer denúncia na segunda-feira. Seria inaceitável de nossa parte, até incabível, oferecer denúncia sem dar a oportunidade de ouvi-lo”, disse o promotor Marco Aurélio, pouco antes de iniciar a oitiva.O empresário, inclusive, está sendo ouvido por promotores do Gaeco na tarde desta sexta-feira (16).
Ainda de acordo com o promotor, o Gaeco quer colher detalhes sobre a suposta participação de Alan Malouf no esquema.
“Queremos saber se realmente ele teve a responsabilidade que é imputada a ele pelos demais corréus”, disse o promotor.
“O Giovani Guizardi [delator do esquema] fala sobre esse suposto investimento de R$ 10 milhões, ontem o ex-secretário da Seduc, Permínio Pinto, disse que havia um valor que ele não sabe qual era e, cabe ao Malouf agora, dar a versão dele”, completou.
O chefe do Gaeco também comentou sobre a possibilidade de Malouf firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE).
“Até agora, tudo é especulação. Não existe nada concreto em relação a isso. Se a defesa tiver interesse, estamos sempre dispostos a ouvir. Vai depender exclusivamente deles”, concluiu Marco Aurélio.
Queremos saber se realmente ele teve a responsabilidade que é imputada a ele pelos demais corréus
Prisão de Malouf
O mandado de prisão contra Alan Malouf foi expedido pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.
Ele chegou a ser considerado foragido por algumas horas, mas acabou se entregando à Justiça no final da tarde da última quarta-feira (14).
O decreto prisional teve como base a delação premiada do empresário Giovani Guizardi, que estava preso desde maio e foi solto no início deste mês.
Em sua delação, Guizardi confessou ter integrado o esquema e afirmou que ele e Alan Malouf arquitetaram as fraudes na Seduc. Guizardi disse que Alan injetou R$ 10 milhões na campanha do governador Pedro Taques (PSDB) e, por isso, queria receber o investimento de volta por meio do esquema.
Guizardi contou que era o responsável por cobrar a propina dos empresários que integravam o cartel, no valor de 5% dos contratos e das medições que os mesmos tinham a receber da Seduc. Até a deflagração da operação, o esquema teria rendido R$ 1,2 milhão, de acordo com ele.
Desta porcentagem, segundo Guizardi, 25% eram destinados ao presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB); outros 25% para o então secretário de Educação, Permínio Pinto; 25% para Alan Malouf; 5% para o ex-servidor da Seduc, Fábio Frigeri; 5% para o também ex-servidor Wander Luis dos Reis e 10% restantes ficavam para ele.
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