LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
Uma equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) esteve, na manhã de hoje (28), na Assembleia Legislativa, onde ocorre a sessão plenária da Câmara Municipal de Cuiabá, e intimou todos os vereadores a prestar depoimento nesta sexta-feira (29).
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), nas provas que estão sob o poder do Gaeco, o presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel (PSD), que foi afastado do cargo, teria “citado que todos os vereadores receberiam propina”.
“Por isso, todos foram intimados a prestar depoimento amanhã”, disse a assessoria do MP.
Ao MidiaNews, o promotor de Justiça Mauro Zaque informou que a investigação que resultou na operação já estava sendo feita pelo Gaeco "há algum tempo", contando com o auxílio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, do MPE.
"A investigação foi motivada por uma denúncia feita ao Gaeco. Por enquanto, não há indícios de envolvimento de outros vereadores no esquema", disse o promotor.
O vereador Onofre Júnior afirmou que Zaque confirmou a existência da gravação, na qual Emanuel explicaria como seria desviado dinheiro da Câmara e que o montante seria dividido entre ele e os demais vereadores.
"Essa afirmação não é verdade, pelo menos, não da minha parte", disse Onofre.
Operação
Na manhã de hoje, o MPE deflagrou a 'Operação Aprendiz'. O alvo é desbaratar um esquema criminoso de desvio de dinheiro público através de fraude em licitação no âmbito das compras realizadas pela Câmara Municipal de Cuiabá.
Oito mandados de busca e apreensão estão sendo realizados sendo eles na Câmara Municipal de Cuiabá, na residência do presidente João Emanuel, na gráfica Propel, no cartório Segundo Serviço Notarial e Registral de Várzea Grande, em um escritório de contabilidade, e três residências na capital.
De acordo com o Gaeco, o presidente da Câmara Municipal, João Emanuel Moreira Lima, estaria envolvido em um esquema de falsificação de documentos de terrenos. Os imóveis estariam sendo usados em garantia para agiotas na captação de dinheiro para sua futura campanha de Deputado nas eleições em 2014. Segundo o Gaeco, os terrenos seriam pagos aos proprietários com oferta de participação em processos licitatórios fraudados na Câmara Municipal.
Afastamento
A pedido do Gaeco foi decretado na tarde de ontem o afastamento liminar de João Emanuel da função de presidente da Câmara Municipal. A Juíza Selma Rosane Santos Arruda.
“Certamente o afastamento de João Emanuel da presidência da Câmara irá contribuir com as investigações, permitindo que documentos sejam localizados e testemunhas sejam ouvidas sem o constrangimento de estarem prestando declarações contra a chefia”, diz trecho da decisão.
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