LAICE SOUZA
DA REDAÇÃO
O empresário Pérsio Domingos Briante, proprietário da Extra Caminhões, não está no rol de acusados, pelo Ministério Público Estadual, de participação no esquema que teria superfaturado, em R$ 44 milhões, a compra de maquinários pelo governo do Estado, em 2010. A denúncia foi apresentada à justiça nesta quarta-feira (19).
Pérsio foi o delator do esquema, em depoimento fornecido ao MPE e a delegacia fazendária, em junho de 2010.
Na oportunidade, ele contou como todo o esquema funcionava, inclusive, deu os nomes dos envolvidos e afirmou que estava sofrendo extorsão para pagar propina para integrantes do governo Blairo Maggi, já que tinha sido vencedor de um dos lotes da licitação.
Em uma nota encaminhada à imprensa, na época do depoimento, o empresário afirmara que “as declarações foram dadas com o intuito de desmontar a ‘fábrica de corrupção’ que existia naquele órgão (Sinfra), que conduziu e realizou o processo licitatório”.
De acordo com a promotora do caso, Ana Cristina Bardusco, da 14ª Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração e Ordem Tributária, o empresário ficou de fora da acusação porque ele não foi indiciado pela polícia e também pelo fato “do MP não ter encontrado nenhum fato que confirmasse a participação dele no esquema”.
Na acusação apresentada pelo Ministério Público estão sendo denunciados 13 réus, sendo eles: os então secretários Vilceu Francisco Marcheti (Infra-Estrutura); Geraldo Aparecido de Vitto Júnior (Administração); Valter Antônio Sampaio (então superintendente da Sinfra); e os empresários Rui Denardim e Sílvio Scalabrin (proprietário e gerente da Môncaco Diesel Caminhões e Ônibus Ltda.); José Renato Nucci (Tork Sul Comércio de Peças e Máquinas Ltda.); Valmir Gonçalves de Amorim (Dymak Máquinas Rodoviárias Ltda.); Marcelo Fontes Corrêa Meyer (Tecnoeste Máquinas e Equipamentos Ltda.); Ricardo Lemos Fontes (Cotril Máquinas e Equipamentos Ltda.); Otávio Conselvan (Auto Sueco Brasil Concessionária de Veículos Ltda.); Rodnei Vicente Macedo (Rodobens Caminhões Cuibá S/A); Harry Klein (Iveco Latin América Ltda.) e Davi Mondin (Torino Comercial de Veículos Ltda).
Como o esquema funcionou na versão de Pérsio
O empresário afirmou em depoimento ao MP, que foi divulgado pela Ong Moral, que toda negociação entre os empresários teria sido intermediada pelo então secretário Vilceu Marchetti com a participação do empresário Silvio Scalabrim, gerente da Mônaco Diesel.
O empresário seria o responsável por realizar as reuniões com os fornecedores que iriam participar do pregão. Nas reuniões teria ficado estabelecido que o preço a ser apresentado na licitação seria o “preço cheio sem qualquer desconto”. Além da combinação de preço, os empresários deveriam acrescentar 10% ao preço das máquinas e caminhões. Parte desse acréscimo deveria ser repassado para integrantes do governo.
O superfaturamento foi descoberto pela Auditória Geral do Estado, após pedido de investigação por parte do governo do Estado.
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