LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O promotor de Justiça Vinícius Gahyva, candidato ao cargo de procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), afirmou que há uma “grande insatisfação” com a situação pela qual o órgão passa atualmente.
Segundo ele, uma instituição com a responsabilidade e credibilidade como é o Ministério Público não pode ter seus dirigentes apontados em investigações na Justiça Federal como se fosse algo natural.
A fala é relativa ao fato do atual chefe do MPE e candidato à reeleição, Paulo Prado, ter sido citado na denúncia da Operação Ararath, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro.
“O Ministério Público demanda um perfil de representação institucional mais vocacionado às defesas dos interesses coletivos e mais preocupada com a defesa dos interesses da sociedade. E que não seja mais apontado por investigações na Justiça Federal como algo passível de suspeita. Essas situações são desnecessárias e são apontadas pela Justiça Federal como situações indevidas”, criticou Gahyva, atualmente lotado na 13ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá.
Outra mudança que Vinícius Gahyva entende ser necessária é a renovação do atual grupo que administra a instituição, já que nas últimas gestões, o comando do órgão se alternou apenas entre Paulo Prado e o procurador de Justiça Marcelo Ferra de Carvalho.
“O foco principal é a oxigenação da administração superior. É dar alternativas para a comunidade, a sociedade e para o Ministério Público em uma perspectiva de que tenhamos uma renovação do perfil de atuação da chefia institucional”, disse ele.
O promotor assegura que possui amplo apoio “de todos os setores do Ministério Público” e que já está em campanha. Ele pretende visitar todos os colégios eleitorais do Estado até o dia da eleição, que ocorre em 10 de dezembro.
“Ninguém é candidato de si próprio. Os próprios colegas me estimularam e, tendo em vista esta situação que o Ministério Público passa hoje, eles entenderam que o lançamento dessa candidatura seria muito progressora para a sociedade e para a instituição”, contou.
Disputa
Além de Vinícius Gahyva e Paulo Prado, também se inscreveu na disputa o procurador de Justiça Edmilson Pereira. Ainda há a possibilidade de novas inscrições até esta terça-feira (14).
Prado tenta um quarto mandato à frente da instituição. Nas três vezes em que concorreu, foi o mais votado.
Gahyva tem a seu favor o fato de já ter comandado a Associação Mato-grossense do Ministério Públicos (AMMP) em duas ocasiões, além de ter integrado a diretoria da Associação Nacional do Ministério Público (Conamp).
Já Pereira foi corregedor-geral do MPE e integra o Conselho Superior do órgão.
A eleição do dia 10 de dezembro definirá a lista tríplice para escolha do procurador-geral de Justiça.
O processo eleitoral será conduzido por uma comissão presidida pela procuradora de Justiça Valéria Perassoli Bertholdi, com a participação dos promotores de Justiça Esther Louise Asvolinsque Peixoto e Ezequiel Borges.
Os eleitores –promotores e procuradores - terão direito a escolher até três nomes. Caso haja empate, a decisão ocorrerá em favor do candidato que tiver obtido o maior número de votos singulares.
A lista tríplice formada no dia da eleição será remetida no primeiro dia útil de 2015 ao governador Pedro Taques, que decidirá qual dos três irá comandar o MPE. Taques já se comprometeu a eleger o mais votado pela classe.
De acordo com a Lei Orgânica do Ministério Público, o mandato do procurador-geral de Justiça tem a duração de dois anos, sendo permitida uma recondução.
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