MAX AGUIAR
DO MIDIANEWS
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado, encaminhou ao governador Silval Barbosa (PMDB), no fim da tarde de terça-feira (19), um pedido formal de providências, em caráter de urgência, no sentido de se apurar os assassinatos de três líderes de trabalhadores rurais em Mato Grosso.
Foram assassinados a ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de União do Sul (719 km ao Norte de Cuiabá), Maria Lúcia do Nascimento; o presidente da Associação dos Produtores Rurais de Guariba, em Colniza (1.065 km a Noroeste da Capital), Josias Paulino de Castro, e sua esposa, Irene da Silva Castro.
Os crimes ocorreram, respectivamente, nos dias 13 e 16 de agosto.
Por meio de ofício, Paulo Prado requereu a disponibilização do aparato estatal cabível e, se possível, a inclusão de outras pessoas que estão sendo ameaçadas de morte no Programa de Proteção à Testemunha.
O pedido, conforme o procurador, foi feito com base em representação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (Fetagri/MT).
Dirigentes da entidade cogitam a possibilidade de as mortes terem ocorrido em virtude de disputas de terras, que são frequentes nessas regiões.
Entre as denúncias, os trabalhadores rurais afirmam quee homens armados, no Município de União do Sul, estariam intimidando os trabalhadores, impedindo o acesso às terras.
“Analisando o caso, verifica-se a necessidade de serem adotadas medidas urgentes relacionadas ao assunto, ante a gravidade dos fatos narrados pela requerente e a eventual possibilidade de acontecimentos da mesma espécie”, disse Prado.
Além do pedido de providências encaminhado ao governador do Estado, cópias dos autos também foram remetidas aos promotores de Justiça que atuam nos dois municípios, para conhecimento e adoção das providências cabíveis.
Suspeitos
O delegado de Colniza, Marco Bertoloto, informou que, ainda nesta semana, vai intimar políticos e policiais militares para depor sobre a morte de Josias Paulino e Irene Castro.
Josias e Irene estavam em uma motocicleta, quando foram executados na região conhecida como Boca da Mata.
De acordo com a Polícia Civil da cidade, os projéteis disparados são de uma pistola calibre 9 mm (arma de uso exclusivo das Forças Armadas).
Nove cápsulas foram encontradas ao lado dos dois corpos.
O criminoso também roubou a carteira de Josias e a bolsa de Irene, antes de fugir.
Antes de ser executado, o agricultor registrou vários boletins de ocorrências contra políticos e policiais, acusando-os de extração ilegal de madeira e invasão de terras.
Os nomes dos suspeitos não foram revelados pela Polícia Civil.
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