LUCAS RODRIGUES
ESPECIAL PARA O MIDIAJUR
O vice-prefeito eleito do município de Várzea Grande, Wilton Coelho Pereira, e mais dois diretores da associação A Força do Povo, foram acionados pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso. O MPE acusa a associação de ter se beneficiado com repasses de recursos e não cumprir com os serviços que deveria prestar ao município.
Por meio de ação civil pública, o MPE pediu uma liminar que requer a indisponibilidade de bens da diretoria da associação, no valor de R$ 84 mil, que é o valor estimado do prejuízo que teria sido causado ao erário. O órgão ainda reitera a proibição de quaisquer parcerias ou contratações entre a associação e o poder público.
A associação mantém convênio com a Prefeitura de Várzea Grande para prestar serviços sociais, como qualificar pessoas carentes, desenvolver projetos culturais e assistenciais, realizar cursos pré-vestibulares e orientar juridicamente a população carente.
De acordo com o promotor de Justiça Tiago de Souza Afonso da Silva, foram encontradas diversas irregularidades que podem indicar que a Associação A Força do Povo poderia se tratar de uma “empresa-fantasma” com a finalidade de apenas captar recursos do município, sem prestar nenhum tipo de serviço à sociedade.
Tiago complementa que deu a oportunidade a todos os envolvidos –Wilton Coelho Pereira, Gerson Campos Borralho e Décio Souza Silva- para que explicassem a situação e comprovassem que a entidade realmente prestava os serviços para os quais foi contratada, o que não ocorreu.
“Apesar de insistirem e falarem sobre os inúmeros serviços que a associação prestava, achei curioso que os denunciados não conseguiram apresentar nenhuma comprovação dos tais serviços”, enfatizou o promotor.
Um dos diretores acusados, Gerson Borralho, já ocupou cargo em comissão na Câmara Municipal de Várzea grande na época em que a associação foi concebida como entidade social pelo município.
Além dele, vários outros diretores da associação acusada já ocuparam cargos em comissão, o que poderia ter impedido o acompanhamento de como os repasses estariam sendo aplicados. O promotor de Justiça acredita que quase todo o recurso destinado à entidade foi utilizado para remunerar membros da diretoria
“A intima relação da maioria dos membros da sua administração com o poder público e a sua notória ausência de condições estruturais para realmente satisfazer os interesses da população desassistida faz-nos acreditar que a entidade A Força do Povo fora concebida não para cumprir alguma missão social relevante, mas, principalmente para dilapidar, em benefício de terceiros, os cofres públicos de Várzea Grande”, ressaltou o promotor, em um trecho da ação.
Irregularidades
Além da falta de comprovação dos serviços prestados pela Associação A Força do Povo, a ação também se baseou em auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado e de constatações do próprio Ministério Público, que sempre encontrava a associação de portas fechadas, o que demonstrou que não havia nada em funcionamento.
“Bem ao contrário do que havia sido estabelecido, o que se percebe a toda prova é que a organização A Força do Povo, contando com a franca leniência dos gestores públicos municipais, absteve-se de promover praticamente tudo o que havia se incumbido por força desses termos de convênio”, finalizou o representante do MPE.
O MidiaJur tentou entrar em contato com Wilton Coelho Pereira, mas não obteve retorno.
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