LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou, por meio da 11ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, um inquérito civil para investigar supostas falhas em uma contratação feita pela Câmara Municipal de Cuiabá.
Trata-se do contrato firmado com a empresa Intelipar Ltda., em 2012, no valor de R$ 650 mil, para digitalização de documentos do Legislativo. A contratação ocorreu durante gestão do presidente Júlio Pinheiro (PTB).
A portaria que oficializou a investigação foi assinada pelo promotor Mauro Zaque, no último dia 2.
No documento, o promotor cita notícia do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), dando conta de possíveis irregularidades cometidas pela Câmara no tocante à contratação da empresa.
Em tese, as irregularidades, segundo ele, apontariam “para a ocorrência de ato lesivo ao patrimônio público praticado por agentes públicos, notadamente o Presidente da Câmara Municipal de Cuiabá à época”, diz trecho da portaria.
Ao instaurar o procedimento, o promotor Mauro Zaque determinou a notificação do presidente Júlio Pinheiro para que, em um prazo de 15 dias, ele apresente argumentos para sua defesa, se assim ele achar necessário.
Tomada de Contas
O contrato investigado pelo MPE foi alvo de uma Tomada de Contas instaurada pelo TCE-MT, quando da análise das contas de gestão da Câmara de Cuiabá, relativas ao exercício de 2012.
À época, o relator, conselheiro substituto João Batista Camargo, determinou a tomada de contas para apurar o tamanho do prejuízo com o contrato de digitalização de documentos firmado com a empresa Intelipar.
O contrato previa o pagamento de R$ 0,13 por página digitalizada. Porém, houve divergência entre o volume de trabalho realizado pela empresa e o número de documentos que o setor de informática da Câmara alegou ter recebido.
A Interlipar afirmou que digitalizou 4,5 milhões de páginas, enquanto a Câmara disse ter recebido 2,1 milhões de digitalizações.
Além disso, foram digitalizados versos de documentos, em branco, e vários documentos voltaram fora de ordem.
De acordo com o relatório técnico de auditoria, e o parecer do Ministério Público de Contas (MPC), Pinheiro teria que devolver R$ 310 mil aos cofres públicos em função do prejuízo causado pela falta de execução do contrato.
Porém, o relator entendeu que seria necessária uma tomada de contas para apurar o valor real do prejuízo, com base no volume realmente executado do contrato.
Outro lado
O presidente Júlio Pinheiro afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi notificado sobre o inquérito em questão.
"O petebista garante que o processo foi feito dentro da legalidade, inclusive, houve comparação de preços com outras empresas", diz nota encaminhada ao MidiaNews.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.