CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) afirmou que o empresário Marcelo Cestari - pai da adolescente que matou supostamente de maneira acidental uma amiga no último dia 12, no condomínio Alphaville – teria feito várias ligações a terceiros antes da chegada do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) à sua residência.
A informação consta no mandado de busca e apreensão deferido pela juíza Cristiane Padim da Silva, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude da Comarca de Cuiabá, e que foi cumprido na última sexta-feira (17), após dúvidas em relação a tragédia.
O mandado, no entanto, não cita o nome do promotor que pediu as buscas.
A tragédia que vitimou Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, ocorreu em um dos banheiros da residência de Marcelo Cestari.
O promotor de Justiça destacou que o genitor da investigada B. teria efetuado ligações para várias pessoas, as chamando para o local, havendo a possibilidade de terem chegado antes do Samu, perícia técnica e polícia civil
“O promotor de Justiça destacou que o genitor da investigada teria efetuado ligações para várias pessoas, as chamando para o local, havendo a possibilidade de terem chegado antes do Samu, perícia técnica e Polícia Civil”, diz trecho do documento, ao qual o MidiaNews teve acesso.
“E apontou a importância de verificação dessas ligações e de eventuais mensagens. Registrou, ainda, a necessidade de conferência das ligações do celular do investigado e imprescindibilidade da perícia complementar para constatar onde o disparo ocorreu”, acrescenta o documento.
A promotoria argumentou, ainda, que tais diligências seriam úteis para classificação da conduta do empresário: culposa ou dolosa.
“Dinâmica confusa”
Ainda na decisão da 2ª Vara Especializada da Infância, foram citados apontamentos da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa – que atendeu a ocorrência – dando conta de uma “dinâmica confusa” em relação aos fatos ocorridos no residencial.
Na decisão consta que, mesmo tendo sida requisitada a perícia, apreensão de arma, bem como do celular da vítima e da autora do disparo, outras diligências ainda seriam “imprescindíveis” para o esclarecimento do contexto e classificação das condutas dos menores envolvidos no episódio.
Entre eles, a adolescente que efetuou o disparo e seu namorado, que foi quem levou à residência a pistola que vitimou a menor.
“Não me lembro”
Na decisão proferida na última semana, a juíza Cristiane Padim da Silva afirmou que a autoridade policial à frente da investigação, bem como a promotoria de justiça responsável pelo caso estão corretos a respeito da necessidade de outros elementos técnicos para elucidação do caso.
Ela citou, inclusive, que os depoimentos das pessoas envolvidas no episódio – e que tinham sido coletados até aquele momento – haviam muitos questionamentos para os quais as respostas eram “não me lembro”.
Cristiane Padim afirmou também que a autoridade policial registrou “não estar clara a dinâmica dos fatos”.
Todas essas respostas, conforme a magistrada, poderiam ser complementadas pelas provas técnicas requeridas.
Na ocasião, a juíza determinou buscas nas residências de Marcelo Cestari e do empresário Glauco Correa da Costa (pai do menor que levou a arma até o local da tragédia); bem como a apreensão de seus aparelhos celulares.
Foi determinada, ainda, apreensão e imagens do circuito interno da casa de Cestari e a realização de perícia complementar no local com o uso de luminol, de modo a averiguar vestígio de sangue em outros pontos da casa.
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