LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO
O promotor de Justiça Francisco Gomes de Souza Júnior recomendou ao secretário de Estado de Meio Ambiente, José Esteves de Lacerda Filho, que promova a desativação do empreendimento Estância Bahia, localizado no município de Água Boa (730 km de Cuiabá).
Segundo a recomendação, datada do dia 10 de janeiro, a Estância Bahia estaria a atuar sem a devida licença e em desconformidade com a legislação ambiental.
O MPE também apontou que a empresa, que confina gados para vendê-los em grandes eventos de leilão e é uma das maiores do mundo no ramo, está próxima de área de preservação ambiental, fator que promove “sério risco de contaminação por escoamento superficial e perlocação”.
Além disso, o promotor afirmou que o confinamento dos bovinos está próximo de conglomerado urbano, “provocando fortes odores de gases e proliferação de vetores nocivos à saúde humana”.
Na recomendação, o promotor concede um prazo de cinco dias após a intimação para que o secretário informe as providências adotadas em relação ao caso.
Investigações
Uma das justificativas da recomendação é baseada em inquérito que tramita na Promotoria de Justiça do município e apura supostas irregularidades no confinamento do gado da Estância Bahia.
Outro agravante para que o MPE fizesse o pedido foi o fato da empresa já ter sido alvo de embargo e interdição em 2012, após a constatação de diversas irregularidades “ensejadoras de degradação ambiental”.
O parecer técnico dos servidores da Sema, emitido no mesmo ano, foi “desfavorável à emissão da Licença Ambiental” e opinou pela desativação da Estância Bahia por 60 dias, além de solicitar à empresa que fizesse um “Estudo de Passivo Ambiental contendo propostas de remediação”.
Estância Bahia
A empresa pertence ao empresário mato-grossense Maurício Tonhá, conhecido como “O Senhor dos Leilões” por constar no Guinness Book como o maior leiloeiro de todos os tempos.
A empresa promove cerca de 140 leilões de bovinos por ano e tem faturamento superior a R$ 60 milhões.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Estância Bahia e a informação foi que o advogado não se encontrava para comentar o assunto. Até a edição desta matéria, o MidiaJur não recebeu nenhuma resposta sobre o caso.
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