LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O promotor Alexandre Guedes, que atua na área de Saúde em Cuiabá, afirmou nesta quarta-feira (14) que o órgão está preocupado com o risco de falta de insumos do chamado "kit intubação” nas unidades de saúde.
O kit é utilizado em pacientes em estado grave com Covid-19 nas unidades hospitalares.
Guedes pediu auxílio do Ministério Público de Contas (MPC) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para apurar as denúncias de estoques baixos em locais como o antigo PS de Cuiabá, hoje Hospital de Referência para atendimento de casos de Covid.
“Uma pessoa intubada sem estar sedada equipara a tortura. Isso quem diz não sou eu, são os infectologistas. Você está com um tubo dentro de você sem sedação. Imagine passar horas, dias, nessa situação”, afirmou, em entrevista à Rádio CBN Cuiabá.
No caso do antigo PS, o promotor recebeu documentos internos informando estoque zerado ou insuficiente de determinados medicamentos e insumos.
Também foram relatados ao MPE falta de medicamentos em outras unidades de saúde de Cuiabá, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) dos bairros Verdão, Pascoal Ramos e Morada do Ouro.
“Depois de um tempo, não é mais o número de leitos de UTI que vai fazer a diferença, mas a capacidade de tratar as pessoas que estão nos leitos de UTI”, afirmou o promotor.
Ele salientou que, neste momento, o órgão tem buscado agir para “salvar a vida das pessoas”.
“O esgotamento desses insumos é que tornam absolutamente necessário a preservação da vida das pessoas. E parece que não está havendo esse tipo de compreensão”, disse.
Fiscalização
O requerimento para que seja feita a fiscalização foi apresentado pelo MP de Contas ao Tribunal de Contas do Estado durante sessão plenária desta terça-feira (13) e aprovado por unanimidade.
Foi requerido que o TCE determine à equipe técnica da Secretaria de Controle Externo de Saúde e Meio Ambiente, responsável pela fiscalização das ações no combate a Covid-19, para que realize, o mais breve possível, as inspeções solicitadas.
As informações serão enviadas para o MPE para a tomada de medidas cabíveis e utilizadas pelo MPC para propor soluções urgentes e eventual responsabilização dos gestores.
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