CÍNTIA BORGES E CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, sugeriu nesta quarta-feira (4) que parte do Fundo de Estabilização Fiscal, que está sendo elaborado pelo Governo do Estado, seja destinado aos hospitais filantrópicos.
A ideia foi sugerida pelo chefe do Ministério Público Estadual, em reunião na Assembleia Legislativa, da qual participaram ainda o diretor da Santa Casa, Antônio Preza, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM).
“A nossa ideia é aproveitar a proposta do Fundo de Estabilização Fiscal, que está sendo proposta pelo Governo, fazendo com que pessoas e empresas que gozam de incentivam fiscais paguem alguma coisa”, disse o procurador-geral.
A reunião foi convocada com o objetivo de tentar uma saída para a crise enfrentada pelos hospitais filantrópicos do Estado, em especial a Santa Casa de Cuiabá.
Na última semana, a unidade fechou as portas para novos atendimentos alegando falta de recursos. A direção da Santa Casa cobra da Prefeitura um repasse de R$ 10,5 milhões de recursos levantados por uma emenda da bancada no Congresso Nacional.
A crise foi acentuada porque o Governo de Mato Grosso ainda tem um passivo R$ 33 milhões desde o ano passado com cinco unidades filantrópicas.
O montante é referente a uma emenda, também de bancada.
Sem definição
Durante a reunião, ficou definido que o diretor Antônio Preza se reunirá com o prefeito Emanuel Pinheiro ainda nesta tarde para se tentar uma solução para o impasse.
Preza exige que os R$ 10,5 milhões sejam repassados à unidade, para a volta dos atendimentos.
“O prefeito achou que tinha alguma amarração na legislação que impedia esse repasse. Então, mostramos para ele que essas coisas não existem. Iremos sentar com o prefeito hoje à tarde para definir”, disse.
Emanuel alega que há uma portaria ministerial que determina um plano e aplicação desse recurso. O prefeito então pediu um esclarecimento ao Ministério da Saúde, que deve se pronunciar até esta quinta-feira (5).
Fundo de Estabilização Fiscal
A ideia de Curvo é que o fundo banque despesas futuras dos filantrópicos e não as antigas.
Em tese, o Fundo de Estabilização Fiscal é um mecanismo que permite ao Executivo retirar recursos de uma determinada área para usar em outra. Com a proposta, o Executivo pretende arrecadar R$ 500 milhões em um ano.
Também existe a ideia de que empresas que gozem de benefícios fiscais também auxiliem na composição do fundo.
No entanto, a proposta ainda não foi apreciado pela Assembleia Legislativa.
Leia mais sobre o assunto
Santa Casa não recebe emenda e interrompe novos atendimentos
Novo fundo do Executivo terá R$ 500 mi em um ano, diz Taques
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.