TERRA
Exatamente doze anos após o assassinato de MC Daleste, seu irmão, MC Pet, junto com MC Nego Blue, lançam uma música inédita do ídolo do funk: será um pagode.
“É uma música exclusiva, vindo fora da curva, é um pagodão”, explica MC Nego Blue. “Me coloco no lugar da família, é o mínimo que a gente deve fazer, ser solidário, ajudar a arrecadas fundos.”
O assassinato de MC Daleste ainda não foi esclarecido. Reabrir a investigação custa caro. “Por falta de recursos, de dinheiro, não conseguimos pagar advogado. Mas vou lançar, vou levantar um troco, e nós vamos pra cima novamente”, promete MC Pet.
Lançamento no dia da morte, para ressignificar a data
Para ressignificar a simbologia trágica da data da morte de MC Daleste, a música está programada para aparecer nas plataformas digitais às sete horas e sete minutos da noite de 7 de julho, mês 7.
O nome da música não foi divulgado, o irmão alega que nem pretendia mostrar a gravação, e não vai fazer shows cantando a inédita. “Nosso objetivo é conseguir dinheiro para reabrir o caso, ainda não estamos satisfeitos”.
MC Pet promete que virão mais música inéditas de MC Daleste, com artistas importantes. Além de ressignificar a data da morte do irmão, ele quer que as homenagens não se esgotem em 7 de julho, que virou o Dia Estadual do Funk de São Paulo.
Arquivos guardam tesouros dos irmãos
MC Pet e MC Daleste começaram juntos, dançando axé, depois veio o funk. “Um foi alicerce do outro”, diz Pet. Durante a carreira, os irmãos guardaram milhares de arquivos com fotos, imagens de cadernos de anotações e gravações inéditas. “Tem de tudo, até música de zoeira com os amigos”.
MC Pet pretende ir mostrando o conteúdo aos poucos. Ele fala em 3.500 arquivos guardados em três discos rígidos. “É uma parada muito nossa, é a nossa vida. Não são só arquivos, são relíquias”.
Ele ainda vive os traumas do assassinato, e seus dilemas. “Não quero viver aquilo novamente, mas não quer pipocar sobre aquele dia. A imagem que eu quero passar daqui pra frente é que mataram um, mas não vamos deixar barato. Só fortaleceram a nossa voz.”
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