LETICIA PEREIRA
Da Redação
O Natal não é um feriado na China, mas a data cristã aos poucos vem sendo adotada por estabelecimentos comerciais para atrair consumidores. O professor de chinês Yang Yanhui, que é natural de Sichuan, mas mora em Cuiabá, contou ao Midiajur sobre o costume entre os chineses de trocar maçãs na véspera de Natal. Segundo ele, a razão é que as palavras chinesas para maçã (píngguǒ) e paz (píng'ān) têm a pronúncia similar.
Além disso, os chineses se referem à noite de véspera de Natal como “noite de paz”, ou em chinês “píng'ān yè”. Isso explica o significado especial em dar maçãs de presente e desejar bênçãos aos entes queridos.
Na entrevista, feita em inglês, o professor, de 25 anos, relatou que a data, com significado religioso aqui, tem apenas um sentido comercial lá. “Não há feriado, mas tem atividades em alguns shoppings, e também é possível ver árvores de Natal e outras decorações em algumas lojas”, citou.
Leia mais:
Ministério manda recolher 12 lotes de azeites de oliva impróprios para o consumo
Com uma população de cerca de 1,4 bilhão de pessoas, apenas 97,7 milhões seguem a religião cristã, representando cerca de 7% da população do país. Os números são da organização Portas Abertas e ajudam a explicar a baixa popularidade da data no gigante asiático.
Para Yang, o feriado chinês que mais se assemelha ao Natal é o Festival da Primavera, também conhecido como Ano Novo Chinês ou Ano Novo Lunar. A comemoração tem início entre os dias 21 de janeiro e 20 de fevereiro e é famosa pela decoração com lanternas vermelhas e fogos de artifício. “Comemoramos durante sete dias e o feriado acontece no país todo”, explicou.
Ele está no terceiro ano do mestrado em ensino de língua chinesa para estrangeiros na Universidade de Estudos Internacionais de Xi'an. Dar aulas em Cuiabá é uma etapa obrigatória para Yang concluir os estudos, já que é preciso adquirir experiência com alunos que tenham outra língua nativa que não o chinês.
O professor considera sorte ter sido elencado para dar aulas no Brasil, e a decisão de vir para Cuiabá foi resultado de um acordo mútuo entre ele e a equipe do programa de língua chinesa do Ministério de Educação da China. O objetivo é atender a uma parceria feita entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Universidade Agrícola do Sul da China (CAU).
“Há muitos polos do Instituto Confúcio [instituição tradicional de ensino de língua chinesa] pelo Brasil, mas é o primeiro centro de língua chinesa estabelecido em Mato Grosso. Eu considero sorte ter vindo para cá”, expôs.
O professor revela que sente saudade da comida chinesa, principalmente os pratos hot pot, malatang e luosifen, mas que a sua experiência com a comida brasileira tem sido muito agradável. Ao ser questionado sobre o que mais gosta no Brasil, ele cita as iguarias que temos por aqui como açaí, pão de queijo, brigadeiro e guaraná.
Arquivo pessoal

Hot pot é um prato chinês muito apimentado e popular em Sichuan, província natal de Yang Yanhui.
Yang cita a hospitalidade do povo cuiabano como um dos pontos positivos da cidade. “Aqui as pessoas são muito amigáveis”, comentou.
Além de Cuiabá, Yang já conheceu São Paulo e o Rio de Janeiro, quando foi assistir a um show da cantora Taylor Swift. Ele também pretende conhecer as capitais nordestinas Salvador, Natal, Recife e Fortaleza, e planeja passar o Natal deste ano em Foz do Iguaçu.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.