DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO
O procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, afirmou que o envolvimento de seu nome com a Operação Ararath - ação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro público em Mato Grosso - , em maio deste ano, não vai afetar sua campanha à reeleição ao comando do Ministério Público Estadual.
Uma planilha contendo os nomes de 47 membros do MPE - entre eles, o do próprio Prado - foi encontrada pela PF na casa do ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes.
À época, Prado afirmou que a lista era referente a venda de cartas de crédito para pagamentos de férias vencidas, as quais o Estado não teria condições de pagar.
"Aquilo ali eram somente cartas de créditos, nós vendemos carta de crédito, e o procurador da República veio aqui e falou que é legal. Foi uma má interpretação que, infelizmente, gerou um dissabor imenso"
Segundo Prado, o fato trouxe uma má impressão sobre a conduta dos membros do Ministério Público, à época. Ele, no entanto, acredita que a questão está superada.
“Todo mundo, em Mato Grosso, me conhece. A lista era de cartas de créditos, nós vendemos carta de crédito. O procurador da República veio aqui e falou que é legal. Foi uma má interpretação, que, infelizmente, gerou um disabor imenso, gerou um mal-estar”, disse.
Paulo Prado diz também que não se arrepende da maneira exaltada como se comportou, durante uma entrevista coletiva, dias depois, para dar explicações sobre a lista em poder da PF.
“Aquele posicionamento duro era de quem estava indignado; era de alguém que estava sendo maculado naquilo que mais respeita, que é o nome que meus avós e meus pais me deixaram. O dia em que eu morrer, quero que meu filho possa sair à rua e carregar o nome que era do pai dele com orgulho. O resto vai ficar tudo ai”, afirmou.
Reeleição
Candidato à reeleição, Paulo Prado já comandou o MPE por dois biênios - 2005 a 2007 e 2007 a 2009 - e seu atual mandato vai até 2015.
O procurador "revezou" no cargo com o promotor Marcelo Ferra de Carvalho, seu aliado..
“Somos parceiros e companheiros, e o fato de um suceder o outro ajudou a dar continuidade nos trabalhos. O trabalho que ele realizou foi tão bom e reconhecido que hoje ele é conselheiro nacional do Ministério Público”, disse.
Mesmo com seu grupo comandando o MPE há 10 anos, ele diz acreditar que o órgão não precise de uma "oxigenação".
“Essa resposta quem tem que dar é o eleitor. E nas urnas nós vamos ver se eles querem uma oxigenação apenas por oxigenação, ou se querem a segurança e tranquilidade de um trabalho de alto nível que está sendo realizado”, afirmou.
“Vou sair à reeleição porque fui procurado por mais de 70 colegas, através de telefonemas, de e-mails, WhatsApp, pedindo para que eu continue o meu trabalho de fortalecimento do Ministério Publico, principalmente nesse trabalho que estamos realizando, de combate à corrupção. Por exemplo, fui eu quem criou o Núcleo do Patrimônio Público aqui em Mato Grosso, que tem uma estrutura melhor que a de São Paulo”, disse.
Prado concorre com os promotores Vinicius Gahyva e Mauro Zaque e com o procurador Edmilson Pereira.
“Não existe eleição fácil. Enfrentei, em todas as oportunidades, candidatos fortíssimos. E os três candidatos de agora têm trabalho prestado, são pessoas que estão há anos na instituição. Isso vai oferecer aos colegas uma difícil decisão”, completou.
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