THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
O empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf - preso na 3ª fase da Rêmora - será ouvido no começo da tarde desta sexta-feira (16) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE).
Nos bastidores, a informação é de que o empresário pode firmar um acordo de colaboração premiada com o MPE.
A especulação surgiu após ele ter sido encaminhado para Serviço de Operações Especiais (SOE) e não para o Centro de Custódia da Capital (CCC).
Isso porque alvos de operações anteriores que foram transferidos para esta unidade posteriormente confessaram os crimes, a exemplo do ex-secretário de Estado de Casa Civil, Pedro Nadaf, e alguns até firmaram acordo de colaboração, como o ex-secretário de Estado de Administração, Pedro Elias.
Ao MidiaNews, porém, o coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marco Aurélio, garantiu que não há nada formalizado nesse sentido, ainda.
Malouf se entregou à Justiça na quarta-feira (14) após ter o mandado de prisão expedido na 3ª fase da Operação Rêmora, denominada "Grão Vizir", que investiga esquema de propinas e fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Ele foi citado na delação premiada do empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora Ltda, como financiador de um suposto “caixa dois” da campanha do governador Pedro Taques, em 2014.
Segundo Guizardi, Malouf teria tentado recuperar o dinheiro com o esquema na secretaria.
Na quinta-feira (15), o ex-secretário da Seduc, Permínio Pinto, confessou que "permitiu" e se omitiu sobre o esquema de propinas e fraudes em licitações que teria sido operado na secretaria. Além disso, o ex-secretário disse que também se beneficiou com um percentual do dinheiro arrecadado.
Citado em delação
O decreto prisional, segundo apurou a reportagem, teve como base a delação premiada do empresário Giovani Guizardi, que estava preso desde maio e foi solto no início deste mês.
Em sua delação, ele confessou ter integrado o esquema e afirmou que ele e Alan Malouf arquitetaram as fraudes na Seduc. Guizardi disse que Alan investou R$ 10 milhões na campanha do governador Pedro Taques (PSDB) e, por isso, queria receber o investimento de volta por meio do esquema.
Guizardi contou que era o responsável por cobrar a propina dos empresários que integravam o cartel, no valor de 5% dos contratos e das medições que os mesmos tinham a receber da Seduc. Até a deflagração da operação, o esquema teria rendido R$ 1,2 milhão, de acordo com ele.
Desta porcentagem, segundo Guizardi, 25% eram destinados ao presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB); outros 25% para o então secretário de Educação, Permínio Pinto; 25% para o empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf; 5% para o ex-servidor da Seduc, Fábio Frigeri; 5% para o também ex-servidor Wander Luis dos Reis e 10% restantes ficavam para ele.
Os 5% entregues a Wander seriam “a titulo de administração do esquema (combustível, telefone celulares, energia, aluguel da sala comercial no Edifício Avant Garden – onde as reuniões do grupo criminoso eram realizadas – entre outras despesas)”, disse Guizardi, em seu depoimento.
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