CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O promotor de Justiça, César Danilo Ribeiro de Novais, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), classificou como “leviano e odioso” o vazamento de trecho de conversa mantida por ele em um grupo de promotores e procuradores de Justiça no WhatsApp, nesta semana.
Na mensagem, ele afirma que o Ministério Público Estadual (MPE) é superior “moral e intelectualmente” ao Poder Judiciário.
Em nota encaminhada à imprensa no último sábado (11), Novais afirma que sua fala ocorreu há mais de trinta dias e que o vazamento da conversa, neste momento, ocorre de forma “leviana e covarde”, desconsiderando o contexto da discussão que era travada no grupo.
O odioso vazamento tardio, ao que tudo indica, pode atender a inúmeros interesses inescrupulosos
“O odioso vazamento tardio, ao que tudo indica, pode atender a inúmeros interesses inescrupulosos, porém, em nada coopera para a informação, defesa e implemento dos direitos da sociedade, que é a empregadora e razão de ser de todo agente público”, afirmou o promotor.
Na nota ele cita ainda que nunca teve a intenção de desprestigiar o Poder Judiciário e seus membros junto à sociedade.
“A manifestação se limitou a um comentário interno devido uma manifestação do Tribunal de Justiça que na minha interpretação criticava o fato de estar recebendo tratamento isonômico com o Ministério Público”, disse.
“Em 14 anos atuando como promotor de Justiça, tenho trabalhado com juízes extremamente preparados para a judicatura que utilizam a caneta e toga para diminuir a injustiça social. Por último, cumpre registrar que o sucesso do combate ao crime organizado e concretização dos direitos da sociedade tem relação direta com a harmonia e o respeito entre Ministério Público e Poder Judiciário”, acrescentou o promotor.
Defesa de promotor
O procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo saiu em defesa do promotor e disse que o vazamento da mensagem visa tumultuar o trabalho conjunto do MPE com a Justiça no combate à criminalidade.
“Sem embargo da evidente falta de decência, honestidade e dignidade da pessoa deste grupo que tirou print de postagem antiga do valoroso colega César Danilo e a fez circular, agora, no curso da operação Bereré e antes da continuidade da adoção de nossas providências em relação à delação do ex-governador Silval, quer me parecer que a situação é ainda bem pior”, disse ele Curvo.
“A meu ver, resta nítida a intenção de colocar o MP e a Magistratura em pé de guerra, favorecendo, assim, ao crime organizado que temos por missão combater. A divulgação pública da referida postagem privada só serve aos interesses dos mal-intencionados”, afirmou.
Leia nota do promotor de Justiça na íntegra:
"Um texto fora do contexto gera pretexto para interpretações equivocadas.
A má interpretação de minha manifestação ocorrida há mais de 30 dias, em grupo privado da Associação do Ministério Público em aplicativo de comunicação instantânea, que foi leviana e covardemente vazada, desconsidera todo o contexto acerca da discussão de assunto específico entre o público interno, composto por promotores e procuradores de Justiça.
Nunca tive a intenção de desprestigiar o Poder Judiciário e seus membros junto à sociedade, a manifestação se limitou a um comentário interno devido uma manifestação do Tribunal de Justiça que na minha interpretação criticava o fato de estar recebendo tratamento isonômico com o Ministério Público.
O odioso vazamento tardio, ao que tudo indica, pode atender a inúmeros interesses inescrupulosos, porém, em nada coopera para a informação, defesa e implemento dos direitos da sociedade, que é a empregadora e razão de ser de todo agente público.
Em 14 anos atuando como promotor de Justiça, tenho trabalhado com juízes extremamente preparados para a judicatura que utilizam a caneta e toga para diminuir a injustiça social.
Por último, cumpre registrar que o sucesso do combate ao crime organizado e concretização dos direitos da sociedade tem relação direta com a harmonia e o respeito entre Ministério Público e Poder Judiciário.
Cuiabá, 10 de março de 2018.
César Danilo Ribeiro de Novais
Promotor de Justiça"
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