ALEXANDRE APRÁ
DA REDAÇÃO
"Desnecessária qualquer investigação mais aprofundada para se constatar que Vilceu Marchetti ostenta não uma ficha corrida de apontamentos criminais e cíveis, mas uma verdadeira 'capivara' digna daqueles que figuram entre os Top 10 da parada de sucesso da improbidade e adjacências criminais".
A consideração é do promotor de Justiça Mauro Zaque, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, e consta na Ação por Improbidade Administrativa com Ressarcimento de Dano contra o ex-secretário Vilceu Marcheti, que ocupou, entre 2005 e 2010, a pasta de Infraestrutura do governo Blairo Maggi (PR).
Nesta segunda-feira (12), o juiz Luis Aparecido Bertolucci determinou o bloqueio de bens do ex-secretário Vilceu Marcheti, antendendo ao pedido do MPE. (Clique no anexo abaixo para ler a decisão na íntegra)
Em seguida, na ação, ele relaciona três ações civis públicas por improbidade; cinco inquéritos policiais (lavagem de dinheiro e ilícitos) e uma ação popular.
"É importante ressaltar que a extensa relação de antecedentes mencionada justifica-se não como forma de se denegrir a imagem do requerido ou, sequer, configura qualquer ataque pessoal ao mesmo. Ao contrário, destina-se a demonstrar a conduta voltada ao ilícito do Sr. Vilceu Marchetti e, agora sim, justificar o enriquecimento estratosférico auferido pelo mesmo durante sua gestão", pondera o promotor.
"Evolução surpreendente e assustadora"
Segundo a ação, foi apurada e comprovada a ocorrência de "inquestionável aumento do patrimônio pessoal de singelos R$ 26.365.000,00".
"O inquérito mostra, com toda a transparência possível, que o patrimônio do senhor Marcheti evoluiu de forma surpreendente, assustadora, que só se justifica em face do auferimento de vantagem indevida em razão do cargo que ocupou", afirmou Zaque.
A investigação do MPE levou em consideração, inicialmente, as declarações de renda que o próprio Marcheti apresentou ao Tribunal de Contas do Estado na ocasião em que assumiu o cargo de secretário e, igualmente, quando deixou o cargo.
O próprio TCE notificou o ex-secretário para prestar esclarecimentos sobre o seu aumento patrimonial, mas ele se negou.
"Ele se furtou a apresentar justificativas minimamente críveis ou, sequer, verossímeis, limitando-se a juntar breve relato sem a menor correspondência fática ou jurídica com as provas que instruem este feito", diz Zaque, na ação.
O promotor relatou, também, que Marcheti tentou impedir as investigações através de Mandado de Segurança.
"Já prevendo o completo desmascaramento de seu milagre financeiro, em atitude que somente pode ser creditada ao desespero, Vilceu Marcheti ingressou com Mandado de Segurança objetivando o trancamento do inquérito civil. Amargou o requerido severa perda; a uma porque as provas já foram produzidas e se mostram inquestionáveis e, a duas, porque o Mandado de Segurança (onde não logrou êxito sequer na obtenção de liminar), neste momento, perde objeto em razão da propositura da presente ação. Ganhou a Justiça, perde menos a sociedade", disse.
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