MAX AGUIAR
DO MIDIANEWS
O coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), promotor Mauro Aurélio de Castro, afirmou que o Ministério Público, durante as investigações, viu indícios de participação do prefeito Walace Guimarães (PMDB) em supostas fraudes em licitações na Prefeitura de Várzea Grande.
“Quando o inquérito foi instaurado, nós não tínhamos conhecimento disso. Mas, durante as investigações, nós vislumbramos a possível participação do prefeito nas fraudes. Por isso, decidimos chamar outras instituições, como é o caso do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e Gaeco”, disse o promotor.
Por conta dessa investigação, o Ministério Público deflagrou, nesta terça-feira (18), a Operação Camaleão, que cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em órgãos públicos da cidade, como foi o caso do gabinete do prefeito, no Paço Municipal Couto Magalhães.
Ao fim das buscas, foram apreendidos dez computadores, dois notebooks e mais de 20 caixas com documentações diversas.
De acordo com o MPE, a operação teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa instalada na Prefeitura Municipal de Várzea Grande para a prática de delitos de corrupção, peculato e fraude a licitação.
“Todo esse material arrecadado será analisado e quem tiver responsabilidade nesse elo criminoso vai ser responsabilizado", afirmou Marco Aurélio de Castro.
Segundo o promotor, as fraudes eram cometidas nas áreas de execução de contratos e em obras de edificações e reformas, envolvendo as empresas Carneiro e Carvalho Ltda. e Penta Locações.
Além de atestados falsos para habilitação no processo licitatório, o Gaeco disse ter encontrado irregularidades na execução dos contratos.
“O próprio Tribunal de Contas do Estado já havia deliberado em suspender o pagamento desses contratos e, paralelamente a isso, o Ministério Público, por meio do Gaeco e Naco, vinha investigando o perfil criminoso de quem estava gerindo esse contrato, assim como quem estava retirando o dinheiro ilicitamente do município de Várzea Grande”, acrescentou o promotor.
Após a análise dos documentos apreendidos, o MPE dará início às oitivas e interrogatórios dos investigados.
As buscas e apreensões foram realizadas nas secretarias de Administração, Assistência Social, Saúde, Viação Obras e Turismo, Serviços Públicos e Transporte, no gabinete do prefeito Walace Guimarães, no depósito e na sede da empresa Carneiro e Carvalho, em um escritório de contabilidade e em duas residências.
Prisão
Durante a operação, o irmão do prefeito de Várzea Grande, Josias Guimarães, foi preso por porte ilegal de armas e encaminhado à Central de Flagrantes.
Ele tinha em sua posse espingardas com calibres de uso restrito às Forças Policiais e Forças Armadas, pistolas, além de munições.
Até o começo da noite, ele continuava detido na delegacia.
Leia mais sobre o assunto:
Gaeco investiga suposta fraude de R$ 10 milhões em Várzea Grande
Irmão de prefeito é detido em casa com armas sem registro
Gaeco invade gabinete de Walace Guimarães e secretarias de VG
TCE manda Wallace suspender contrato de R$ 10 milhões
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.