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VARIEDADES Quarta-feira, 14 de Dezembro de 2011, 14:48 - A | A

14 de Dezembro de 2011, 14h:48 - A | A

VARIEDADES / OPERAÇÃO 7º MANDAMENTO

Quadrilha roubou R$ 400 mil com "saidinha de banco"

Bancos Itaú, Bradesco e Santadner, sem biombos, era alvos preferidos dos bandidos, em Cuiabá

LISLAINE DOS ANJOS
MIDIANEWS



O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, já cumpriu 31 dos 44 mandados de prisão preventiva da Operação Sétimo Mandamento, deflagrada na manhã desta quarta-feira (14), na região metropolitana de Cuiabá.

Além disso, estão sendo cumpridos 28 mandados de busca e apreensão residenciais e a busca e apreensão de 30 veículos. Os pedidos foram expedidos pela juíza da Sexta Vara Criminal de Cuiabá, Suzana Guimarães Ribeiro Araújo.

A operação visa ao combate de uma organização criminosa especializada em praticar assaltos do tipo “saidinha de banco”, bem como a residências e estabelecimentos comerciais.

De acordo com o procurador de Justiça Paulo Prado, chefe do Gaeco, as investigações tiveram início em 30 de agosto deste ano e foram feitas as análises do perfil dos bandidos envolvidos, bem como o mapeamento regionalizado dos locais e horários em que as vítimas eram, preferencialmente, abordadas.

Segundo ele, os bancos mais escolhidos pela quadrilha eram as agências do Itaú, Bradesco e Santander, por serem unidades que não fizeram a instalação de biombos, o que facilitava aos bandidos identificar quem estava fazendo saques de quantias significativas.

As ações dos bandidos se concentravam no bairro Duque de Caxias, na Rua Barão de Melgaço e na Avenida Fernando Correa da Costa, e, normalmente, envolviam cerca de quatro pessoas: um “olheiro”, um “piloto”, o “pegador” e o “apoio” (líder da quadrilha).

Durante os 90 dias de investigações, 39 roubos foram efetuados pelo grupo, e muitos outros planejados pela quadrilha foram evitados pela ação de policiais militares e membros do Gaeco, que escoltavam a vítima em potencial até o banco ou até a sua residência, quando a identificavam.

Dois adolescentes também foram identificados como membros da quadrilha, sendo usados principalmente como "pegadores", por realizarem os assaltos à mão armada e contarem, se pegos, com o respaldo da Justiça, segundo a visão dos líderes da organização.

Durante as investigações, 12 pessoas foram presas.

A operação foi coordenada pelo Gaeco, e contou com a parceria da Polícia Militar e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Os acusados vão responder pelos crimes de fomração de quadrilha armada, roubo qualificado, tentativa de latrocínio, furto qualificado, receptação e falsa identidade.

Insegurança

De acordo com o promotor de Justiça Arnaldo Justino, autor da denúncia, o bando roubou, nesse período de investigações, cerca de R$ 400 mil. Ele alertou, no entanto, que a falta de segurança interna nas agências bancárias é o principal motivo para que os roubos se concretizem.

“Não é falta de cuidado da vítima, porque elas já estão cautelosas. Mas falta treinamento dos funcionários, é necessária a instalação de biombos nas agências, a proibição do uso de celular dentro dos bancos”, ressaltou.

Justino criticou também o barulho feito pelas máquinas de contagem de dinheiro, no momento em que o cliente vai fazer um saque importante. Segundo ele, os bandidos prestam atenção no barulho para tentar identificar se a quantia sacada é significante.

Além disso, ele alertou para funcionários das agências que confirmam as somas em voz alta, o que também deveria ser evitado.

Segundo Justino, diariamente, cerca de cinco saidinhas de bancos são arquitetadas e, em sua maioria, realizadas. Com a prisão dos 44 membros da quadrilha, o Gaeco e a Polícia Militar pretendem garantir um final de ano mais tranqüilo para a população.

Continuação das investigações

Outras pessoas que não tiveram a prisão preventiva decretada, mas que também são suspeitas de integrarem a quadrilha, terão seus nomes passados para a Polícia Judiciária Civil, para que as investigações continuem.

Além disso, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Defesa do Consumidos, vai protocolar na Justiça uma Ação Civil Pública, com base nas provas conseguidas nessa investigação, para que aumentem as seguranças dentro das agências bancárias.

A ação deverá pedir, principalmente, pela instalação de biombos, treinamento de funcionários e proibição do uso de celulares dentro das unidades bancárias.

Flagrante

Um dos presos na operação foi detido ainda na madrugada de hoje (14), quando, junto com outros sete bandidos – sendo que apenas mais um deles tinha a prisão preventiva decretada na operação –, participava de um assalto a caixas eletrônicos em uma agência do Banco do Brasil, em Poxoréu (240 km ao Sul de Cuiabá).

A quadrilha fez uso de explosivos e levava consigo R$ 125,6 mil. Na fuga, houve troca de tiros com policiais militares do Comando Regional de Rondonópolis, que conseguiram prender quatro dos oito integrantes e recuperar o dinheiro roubado.

Foram presos em flagrante Lúcio Conceição da Silva (que já possuía mandado de prisão preventiva em aberto e que seria cumprido na operação deflagrada hoje), Aurides da Costa Souza, Magno Magaiver Assis Batista e Jaqueline Pereira Correia. Silva e Batista ficaram feridos durante a troca de tiros.

A polícia continua fazendo buscas na região para prender os foragidos.

Denúncia

O Ministério Público divulgou as fotos dos criminosos que já foram presos, bem como suas fichas criminais e as funções que cada um exercia na quadrilha - clique aqui para conferir o arquivo.

O promotor do Gaeco, Sérgio Silva da Costa, pede para que as pessoas que já foram vítimas de um dos bandidos presos procurem o MPE, o Gaeco ou a Polícia Civil para denunciar.

Outra alternativa para as vítimas é telefonar para a ouvidoria do MPE, no número 127.

"Tem vítima que tem medo de denunciar, mas precisam. Porque isso aumenta o número de crimes aos quais os envolvidos terão que responder", afirmou o promotor.

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