CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O coordenador do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor Marco Aurélio de Castro, defendeu o uso da delação premiada, como forma de revelar crimes de corrupção que, sem esse instrumento, dificilmente seriam descobertos.
A delação tem ganhado notoriedade no Brasil e tem resultado na descoberta de uma série de esquemas criminosos, como os revelados na Operação Lava Jato, por exemplo.
Em Mato Grosso, operações recentes realizadas pelo próprio Gaeco e por outras instituições também são resultado de acordos de delação premiada. Como exemplo, as operações Sodoma, Ouro de Tolo e Ventríloquo.
Essas três resultaram na prisão de figuras como o ex-governador Silval Barbosa e sua esposa, a ex-primeira-dama, Roseli Barbosa, além dos ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Nadaf e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva.
“Chegamos à conclusão de que existem alguns crimes que, sem a delação, seria muito difícil serem comprovados. Isso a gente pode observar nos casos envolvendo crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa, por exemplo”, afirmou o chefe do MPE.
Ele lembrou que, nos casos de acordo de delação premiada, o Estado abre mão de alguns elementos que seriam obrigatórios a serem imputados ao delator, que também é um agente criminoso, para desvendar supostos esquemas.
“O delator também é criminoso, mas ele se beneficia porque decide colaborar, ele se autodenuncia e abre mão do silêncio. Ele fala tudo que sabe e traz outros personagens ao cenário criminoso”, afirmou o promotor.
“A corrupção é um crime praticado entre quatro paredes, se ninguém delatar, muito difícil descobrir. Trata-se de um mal necessário”, completou.
Provas
O promotor Marco Aurélio pontuou, no entanto, que não se pode usar apenas o depoimento do delator como prova e suporte para uma denúncia (acusação formal).
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.