CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Servidores de carreira do Ministério Público do Estado (MPE) realizam, desde as 8h30 desta terça-feira (9), uma votação paralela para escolha do procurador-geral de Justiça de Mato Grosso. A votação segue até às 17h30, na sala de reunião do prédio da Promotoria de Justiça
Na prática, a votação paralela não tem validade, mas é realizada para demonstrar a insatisfação dos servidores, já que, na votação oficial, têm direito a voto apenas promotores e procuradores de Justiça.
Quatro nomes disputam a presidência para o biênio (2015-2016). Os candidatos são os promotores Mauro Zaque, Vinícius Gahyva e os procuradores Edmilson da Costa Pereira e Paulo Prado, que tenta a reeleição.
“Legalmente, a votação paralela não altera o cenário, pois a constituição diz que somente os membros podem votar. Mas nós a realizamos para mostrar que queremos ter o poder de voto e escolha, mesmo porque a gente faz parte da instituição”, explicou o presidente da Associação dos Servidores Públicos do MPE, Charles Vitório.
"Como vivemos em um país da democracia, acho que devemos escolher o melhor para todos e não somente aquilo que é o melhor para apenas uma categoria"
A realização da votação paralela segue uma determinação da Federação Nacional dos Servidores Públicos dos MPEs (Fenasempe), que busca a democratização do pleito dentro da instituição.
“Voz e vez”
De acordo com Charles Vitório, quando apenas membros participam do processo de escolha, os servidores acabam “esquecidos e ignorados” pelos que disputam o cargo de procurador-geral de Justiça.
“Da forma como ocorre hoje, os candidatos não olham muito para os servidores, até porque eles não votam, então não são interessantes”, lamentou o presidente.
No entanto, ainda segundo Vitório, apenas a movimentação feita pelos servidores para realizar a votação paralela já resultou em algumas mudanças na postura dos candidatos.
“Hoje, temos quatro candidatos. Desse total, dois apresentaram propostas referentes aos servidores, enquanto outros dois apresentaram somente para os membros. Estamos nos deparando com a primeira eleição onde vemos propostas apresentadas para os servidores. Nas outras eleições nem se cogitou os nomes de servidores. Esse posicionamento em querer fazer a votação paralela até já modificou um pouco a cabeça dos candidatos”, avaliou.
"Estamos nos deparando com a primeira eleição onde vemos propostas apresentadas para os servidores. Nas outras eleições nem se cogitou os nomes de servidores"
Todos os 220 servidores de carreira (entre ativos e aposentados) do Ministério Público, que atuam na Capital estão aptos a votar.
No interior do Estado, a votação dos cerca de 190 servidores teve início há alguns dias.
“São enviadas cédulas rubricadas e com envelopes individualizados para cada uma das comarcas e o servidor deposita seu voto nesse envelope”, explicou a vice-presidente da Associação dos Servidores Públicos do MPE, Fabiana Natália dos Santos Dias.
Ainda segundo ela, o processo de votação paralela segue o mesmo processo da votação oficial realizada entre promotores e procuradores.
“A única diferença é que na votação oficial é elaborada uma lista tríplice de acordo com o número de votos recebidos por cada candidato. E nós não. Nós indicamos apenas um nome, para de fato demonstrarmos qual a vontade dos servidores”, disse.
Como as cédulas do interior ainda estão sendo encaminhadas à Capital – por meio dos Correios – a expectativa é de que a totalização dos votos seja realizada até o próximo dia 16.
Votação oficial
A votação oficial para escolha do procurador-geral do Estado será realizada nesta quarta-feira (10).
Após a conclusão dos votos e a elaboração da lista tríplice com o nome dos mais votados, o documento é encaminhado ao governador do Estado para que ele faça a escolha final.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.