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VARIEDADES Sábado, 02 de Janeiro de 2016, 10:01 - A | A

02 de Janeiro de 2016, 10h:01 - A | A

VARIEDADES / RETROSPECTIVA 2015

Silval, Pedro Nadaf e de Cursi: do Governo para a cadeia

Os três são acusados de participação em esquema de propina em incentivos

CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO



Setembro de 2015. Três homens, apontados como uns dos mais poderosos e influentes políticos e agentes públicos de Mato Grosso, até o final do ano passado, “mudaram suas residências” para o Centro de Custódia de Cuiabá.

No dia 15 daquele mês, Marcel de Cursi, ex-secretário de Fazenda e Pedro Nadaf, que comandou a Casa Civil, eram presos pela Polícia Civil, em razão da deflagração da Operação Sodoma.

Dois dias mais tarde, foi a vez de o ex-governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), que era considerado foragido, se apresentar a Polícia. Desde então, todos seguem reclusos na unidade prisional.

Os três são acusados de montarem um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, em 2013 e 2014, relacionado à concessão de incentivos fiscais no Estado, por meio do Programa e Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).

Silval, Nadaf, Cursi e demais integrantes do suposto grupo criminoso teriam recebido mais de R$ 2 milhões em propinas, por meio de 246 cheques emitidos pelo empresário João Batista Rosa, proprietário de uma das empresas beneficiadas com a concessão de incentivos fiscais.

Rosa foi inclusive, o responsável pela delação premiada que resultou na prisão dos ex-gestores.

Os mandados de prisão contra os políticos foram expedidos pela juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado da Capital. 

Eles respondem pelos crimes de organização criminosa, concussão, extorsão e lavagem de dinheiro.

Desde a prisão, o ex-governador Silval Barbosa já recorreu à Justiça, por liberdade, em oito ocasiões. Ele acumula sete derrotas e, agora, aguarda análise de um novo pedido de habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Nadaf teve duas derrotas na Justiça e também aguarda decisão do STJ. Cursi, por sua vez, teve três pedidos de liberdade negados e espera julgamento de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Líder”

O ex-goverandor Silval Barbosa é apontado como “chefe, mandante e o maior beneficiário” do suposto esquema criminoso que teria agido durante, pelo menos, dois anos em Mato Grosso.

A informação está contida na decisão da juíza Selma Arruda, que determinou a prisão preventiva do político.

De acordo com a magistrada, foi Silval Barbosa quem teve a participação mais ativa no esquema que concedeu benefícios fiscais às empresas do delator João Batista Rosa em troca de propina.

Em sua decisão, a juíza também afirmou que “mesmo após deixar o cargo de Governador do Estado de Mato Grosso, ele continuou recebendo dinheiro proveniente do esquema delituoso”.

Ameaças  

Na denúncia formalizada à Justiça, a promotora Ana Bardusco, do Ministério Público Estadual (MPE), afirmou que o ex-secretário Pedro Nadaf se utilizaria de um esquema “de ameaça velada” para receber propina do empresário João Batista Rosa.

Também segundo o MPE, Nadaf – que presidiu a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio) – teria utilizado a instituição como um “balcão de negócios”, para o cometimento dos crimes investigados na Operação Sodoma.

Ele se utilizaria de sua condição de presidente para manter relações estreitas e ganhar a confiança do empresariado mato-grossense, o que era de interesse da organização criminosa.

Ainda conforme o MPE, boa parte dos 246 cheques pagos pelo delator João Batista, a título de propina, teria sido entregue pessoalmente a Nadaf, na sede da Fecomércio.

Mentor intelectual

Já Marcel de Cursi é apontado pelo MPE como um dos “mentores intelectuais” do esquema. Segundo a juíza Selma Arruda, Cursi teria usado de seus conhecimentos para obrigar o empresário João Batista Rosa a procurar a organização e conseguir “enredá-lo na teia criminosa”.

Ainda segundo a magistrada, a conduta do ex-secretário teve o intuito de “intimidar o colaborador, de deixá-lo com medo, bem como de evitar que o mesmo acabasse falando a verdade, ou seja, delatando a fraude”.

A alegada intimidação foi um dos fatores que levou a magistrada a decretar a prisão de Cursi, uma vez que há indícios de que ele poderia coagir testemunhas caso ficasse em liberdade.

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