DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos (PSDB), está sendo ouvido, na manhã desta quarta-feira (31), pelo promotor de Justiça Mauro Zaque a respeito de um áudio em que supostamente o deputado estadual Jajah Neves (PSDB) admite que repassa, mensalmente, os R$ 65 mil da verba indenizatória a ele.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Ministério Público do Estado.
Ainda não há detalhes sobre os questionamentos que serão feitos ao tucano. Jajah também deve ser ouvido por Zaque.
A reportagem entrou em contato com o promotor Mauro Zaque, que preferiu não responder às perguntas.
Em recentes entrevistas, Wilson negou pegar o dinheiro da verba indenizatória do colega que ocupa sua vaga na Assembleia Legislativa.
“Não tenho precedente de safadeza e de malandragem. Não preciso bater boca, dizer ou desdizer qualquer coisa. Agi concretamente. Pedi aos órgãos de investigação, que façam investigação. Que me investiguem, que vão a fundo nesse caso”, afirmou.
Alair Ribeiro/MidiaNews
O promotor de Justiça Mauro Zaque, que investiga áudio de deputado
Além do MPE, Wilson e Jajah serão convocados pela Comissão de Ética da Assembleia.
Na última semana, o jornalista Arthur Garcia, que era funcionário de Jajah e hoje é repórter do programa Pop Show (TV Bandeirantes), admitiu ter gravado o suplente no começo de 2017. Ele levou a íntegra do áudio ao promotor Mauro Zaque.
O aúdio
No áudio, Jajah também reclamou que, apesar de estar no exercício do cargo, não conseguiu emplacar nenhum aliado em cargos de indicação política.
“Suplente sem conseguir meter uma nomeação. Cai minha V.I. e eu tenho que devolver para Wilson se não ele começa a me ligar três dias antes de cair”, disparou.
Jajah Neves teria dito que "sustenta" a TV Mato Grosso (canal 27.1), onde apresenta um programa, com dinheiro público.
“Emissora de TV que não tem nenhuma publicidade. Eu sustento aquilo ali com dinheiro público que vem. Cai o dinheiro não é por causa da mídia, é por causa de mim. Não chega para ninguém. Chega por causa de mim. Tudo é sustentado pelo Governo e pela Assembleia”, consta no áudio.
Na gravação, o deputado comentou também sobre o irmão, o vereador de Várzea Grande, Ademar Jajah (PSDB). Ele disse que apesar de resolver a “vida” do parente, ajudando-o a vencer a eleição para a Câmara Municipal da cidade, ainda está devendo até o “c*”.
O deputado reclamou ainda que a eleição do irmão lhe "deu prejuízo político” e que saiu “queimado” do processo numa referência ao caso dos “santinhos” utilizados por Ademar em sua campanha, mas que tinham a imagem do suplente.
Um processo tramita no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) que pode decretar a inelegibilidade do parlamentar estadual.
“Disse ao meu irmão que eu resolvi sua vida. Peguei você aqui, te dei um mandato. Você tem 4 anos para você administrar sua vida. Ganhando um baita de um salário. [E ele] tá devendo até o c*. Gastando dinheiro que você não tem ideia. Prejuízo essa eleição dele. Me queimou”, disse Jajah.
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