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VARIEDADES Domingo, 01 de Maio de 2016, 13:25 - A | A

01 de Maio de 2016, 13h:25 - A | A

VARIEDADES / TERRENO NA BEIRA-RIO

Zílio confessa uso do nome do pai morto para "maquiar" contrato

Empresários e testemunhas assinaram contratos com datas retroativas sem ler, segundo denúncia do MPE

GILBERTO NASSER
DO FOLHAMAX



Em depoimento ao Ministério Público Estadual, o ex-secretário de Administração de Mato Grosso, César Roberto Zílio, confirmou que montou uma “engenharia” para ocultar a origem do dinheiro que comprou um terreno de R$ 13 milhões na avenida Beira Rio, bem como que seria o verdadeiro proprietário do imóvel. Para isso, ele chegou até a usar documentos e falsificar a assinatura do pai, Antelmo Zílio, que já havia falecido.

Zílio confirmou toda a engenharia após firmar acordo de delação premiada. O Ministério Público já havia apontado esta fraude com base no depoimento do arquiteto José da Costa Marques.

De acordo com o ex-secretário, o esquema para ocultar a real propriedade do terreno ocorreu entre novembro e dezembro de 2015, ou seja, após a primeira fase da “Operação Sodoma”.

Ele tentou atrapalhar as investigações porque já tinha conhecimento que um cheque do empresário João Antônio Rosa, delator da 1ª fase da operação, foi repassado aos antigos proprietários do imóvel, o empresário André Souza Maggi e Samuel Maggi, Carisma Participações, entre outros.

Em novembro de 2015, Zìlio elaborou um documento com data retroativa de 7 julho de 2012 para a compra do imóvel, que estava em nome da empresa Matrix Sat Rastreamento de Veículos Ltda – ME.

Os compradores seriam o pai do ex-secretário, com cota de 10%, o empresário Willians Paulo Mischur, dono da Consignum, com 80%, e os 10% restantes ficariam com a Matrix.

O documento foi repassado para o arquiteto José da Costa Marques assiná-lo, com a garantia de que o livraria de problemas futuros com a Justiça. “José da Costa assinou o documento e se comprometeu a rasgar o anterior, providência que felizmente não realizou.

Posteriormente, preocupado em figurar como proprietário de 10% do imóvel solicitou que fosse excluído do contrato”, diz trecho da denúncia.

Com o pedido do arquiteto, Zílio elaborou um outro contrato com a mesma data. Nele, porém, só constavam como proprietários o seu pai e Willians Mischur.

“Também confessa ter colhido assinatura do empresário Willians Paulo Mischur, que sequer leu o documento antes de assiná-lo e das testemunhas instrumentais, a saber: José Benedito Castrillon E Flávio Costa Teixeira Montenegro”, detalha a denúncia.

O ex-secretário ainda afirmou que o contrato de gaveta “original”, firmado em 2012, em que a empresa do arquiteto aparece como vendedora e seu pai, Antelmo Zìlio, figura como comprador precisou ser refeito em 2015. Isso porque, o arquiteto perdeu o documento e a via de seu pai, falecido em 2014, não foi localizada.

“Confirma, portanto, que todas as assinaturas lançadas nos contratos juntados as fls. 28/33, 34/40 do Anexo I e 234/240 dos autos complementares, como sendo de seu pai, foram por ele lançadas e, após o seu falecimento”, complementa a denúncia.

Zílio confirmou no depoimento que chegou a oferecer assistência jurídica ao arquiteto, que demonstrou interesse em revelar a transação a autoridade policial.

“Aduz, ainda, que sugeriu firmar documentos fictícios elaborados com data retroativa e constando contratante falecido e agente com lastro para justificar a aquisição, visando tranquilizar o arquiteto e evitar que outras pessoas que mantinham negócio com Governo, cujos cheques havia usado para pagamento dos referidos imóveis, tivessem seus nomes revelados e, dessa forma, sua participação na organização criminosa fosse descoberta”.

A compra do imóvel foi determinante para a deflagração da 2ª e 3ª fases da "Operação Sodoma".

A Delegacia Fazendária descobriu que a área milionária foi adquirida com recursos de propina pagas por empresários que firmavam contratos com o poder público na gestão passada.

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