GILSON NASSER
DA REDAÇÃO
Com o veto do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Energisa à implantação de novas miniusinas solares no Estado, Mato Grosso deverá perder cerca de R$ 1 bilhão em investimentos anuais no setor. Essa é a estimativa do engenheiro eletricista Ruah Carlos A. Barbosa, diretor financeiro da Associação dos Engenheiros Eletricistas de Mato Grosso, que busca uma solução para o caso, já que as últimas reuniões com a concessionária de energia elétrica indicam que o veto se estenderá, pelo menos, até 2030.
As miniusinas atendem consumidores de médio porte, que almejam sistemas acima de 75 kilowatts de inversor — o que representa, aproximadamente, mais de 200 placas solares. Os vetos ocorrem devido ao alto número de oscilações na geração de energia solar durante o dia. O operador nacional não está conseguindo suprir a demanda de energia elétrica a tempo, utilizando hidrelétricas, nos momentos de instabilidade na geração solar.
De acordo com Ruah Carlos, a concessionária explicou que seriam necessárias novas linhas de transmissão no estado. Porém, devido a todo o processo burocrático, isso só deve se concretizar em um prazo mínimo de cinco anos.
Dados oficiais apontam que, em 2024, foram investidos R$ 700 milhões na conexão de usinas de minigeração de energia fotovoltaica.
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No primeiro semestre deste ano, os investimentos já estavam próximos do total registrado em todo o ano passado, com a implantação de 186 usinas e uma potência de 141,4 MW. Havia a expectativa do setor de superar os investimentos de 2024, chegando a ultrapassar R$ 1 bilhão neste ano.
Além disso, toda a cadeia produtiva do setor, que estava em amplo crescimento, está sendo afetada. “A cadeia produtiva das usinas solares é muito ampla, integrando vendedores, instaladores, ajudantes, engenheiros, empresas de crédito, logística, marketing, distribuidores de material elétrico, entre outros”, explica o engenheiro eletricista.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Mato Grosso possui 197.171 usinas fotovoltaicas — entre residenciais (microusinas) e aquelas com maior capacidade de geração (miniusinas).
Elas atendem mais de 250 mil unidades consumidoras no estado.
Essas usinas totalizam uma potência instalada de 2.679,2 MW, que gera uma estimativa média de R$ 300 milhões por mês em economia para os consumidores.
Em relação às miniusinas já instaladas no Estado, a Energisa garantiu que elas não terão problemas com suas atividades e que aqueles com parecer aprovado terão um prazo para efetuar a conexão. Todavia, novas conexões estão sendo negadas.
A decisão não afeta as microusinas, voltadas para pequenos consumidores, como residências e pequenos comércios. Esses projetos ainda poderão ser aprovados pela Energisa e pelo ONS.
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