DA REDAÇÃO
A super modelo canadense Linda Evangelista, de 60 anos, também sofreu e ainda sofre com o feito colateral do CoolSculpting, revelando ter ficado desfigurada com o procedimento estético usado para eliminar gorduras localizadas. Mesmo problema enfrentando pela empresária e influencer digital N.D.B., de Cuiabá, que ingressou com uma ação contra a Clínica de Dermatologia Crepaldi e a multinacional AbbVie Farmacêutica Ltda., controladora da marca Allergan, fabricante CoolSculpting, por danos morais, estéticos e materiais após enfrentar severas complicações decorrentes de uma única sessão do procedimento.
Em 2021, a ícone das passarelas nos anos 1990, revelou que em vez de suas células de gordura diminuírem, o CoolSculpting fez com que as células aumentassem, deixando maior a região submetida ao tratamento.
Linda Evangelista dividiu as passarelas e trabalhos fotográficos com nomes como Naomi Campbell e Cindy Crawford. Ela passou anos sem aparecia publicamente ou fazer manifestações nas redes sociais, o que chamou a atenção dos fãs, até em 2021, fazer um desabafo nas redes.
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“Hoje dei um grande passo para corrigir um erro que sofri e guardei para mim mesmo por mais de cinco anos. Para meus seguidores que se perguntam por que eu não tenho trabalhado enquanto as carreiras de minhas colegas têm prosperado, a razão é que eu fui brutalmente desfigurada pelo procedimento CoolSculpting de Zeltiq, que fez o oposto do que prometia. O procedimento aumentou, não diminuiu, minhas células de gordura e me deixou permanentemente deformada, mesmo depois de passar por duas cirurgias corretivas dolorosas e malsucedidas. Fui deixada, como a mídia descreveu, ‘irreconhecível'”.
Linda Evangelista processou a empresa CoolSculpting em US$ 50 milhões (cerca de R$ 285 milhões), alegando ter ficado "permanentemente desfigurada". Recentemente, ela disse em uma entrevista que fez terapia após o procedimento porque teve dificuldade até mesmo de "gostar" de si mesma, e confessou que evita se olhar no espelho em sua própria casa.
Efeito colateral
O efeito colateral do CoolSculpting é conhecido como hiperplasia adiposa paradoxal ou HAP e, segundo os fabricantes de um dos aparelhos que realiza a criolipólise, tem uma taxa de incidência de 0,025%. Ou seja, ocorre um caso a cada 4 mil sessões.
Mas, de acordo com reportagem do jornal O Globo, um estudo feito por pesquisadores canadenses, sob a chancela da Sociedade de Cirurgia Plástica do país, que analisou mais de 8 mil sessões de criolipólise, mostrou que a hiperplasia adiposa paradoxal tem uma incidência um pouco maior do que os fabricantes estimam: entre 0,05% e 0,39%.
A criolipólise é um procedimento estético que consiste no resfriamento controlado das células de gordura localizada. Cada sessão pode durar de 30 minutos a 1 hora, dependendo do tamanho da região que será submetida ao tratamento. O congelamento causa a apoptose das células adiposas, ou seja, uma morte programada. O próprio corpo se encarrega de se desfazer das células mortas e os resultados aparecem cerca de 3 meses após a sessão. O tratamento pode ser feito na barriga, nas costas, braços, pernas e área do pescoço (para tirar a famosa "papada").
Medo e problemas na autoestima
Na ação em que N.D.B. entrou contra a Clínica de Dermatologia Crepaldi e a multinacional AbbVie Farmacêutica Ltda. – por danos morais, estéticos e materiais após enfrentar severas complicações decorrentes do CoolSculpting – ela pede aproximadamente R$ 1 milhão em indenização.
A empresária e influencer passou pelo procedimento em 2020, com os mesmos efeitos colaterais sofridos por Linda Evangelista, com aumento do tecido adiposo ao invés da redução. A própria fabricante, por meio de sua seguradora, reconheceu a falha ao custear uma primeira lipoaspiração realizada por N.D.B., meses após o procedimento desastroso.
No entanto, o quadro persistiu e piorou: a paciente foi submetida a mais duas lipoaspirações e, na terceira intervenção, em agosto de 2024, precisou realizar uma torsoplastia vertical – cirurgia invasiva que deixou uma cicatriz profunda ao longo da coluna.
Mesmo após as cirurgias, a empresária tem afirmado a amigos que vive com medo da recorrência do problema, que a obrigaria a novas intervenções, além de afetar sua autoestima, sua vida social e sua profissão, já que também trabalha com a imagem para atuar como influencer digital.
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