GIOVANA GIRALDELLI
DA REDAÇÃO
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), confirmou nesta sexta-feira (4) a existência de casos de boicote por parte de servidores efetivos da administração municipal. A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa, após a vereadora Paula Calil (PL) levar o assunto à tribuna da Câmara, no dia anterior (3). Segundo ela, a conduta de alguns servidores estaria prejudicando o andamento de serviços públicos, especialmente na rede municipal de saúde.
De acordo com o prefeito, situações desse tipo foram identificadas em unidades básicas e até em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), onde profissionais teriam se recusado a seguir orientações determinadas pela gestão, como o atendimento por demanda espontânea. A prefeitura, conforme relatado, já abriu mais de 20 processos administrativos disciplinares (PADs) e encaminhou outras denúncias para apuração da Controladoria-Geral do Município.
“A gente não está expondo nenhum servidor publicamente, mas existem casos e eles estão sendo encaminhados para os setores responsáveis para a abertura dos devidos procedimentos”, afirmou Abilio, acrescentando que as condutas pontuais comprometem o atendimento e criam “narrativas equivocadas” sobre o funcionamento da rede.
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Um desses episódios citado pelo prefeito envolve a denúncia da suposta compra de dipirona a R$ 7,00, que ganhou ampla repercussão na imprensa regional em abril. Na ocasião, vereadores usaram a informação e levantaram suspeitas sobre a gestão dos contratos de medicamentos no município.
Abílio atribuiu o caso a uma adulteração intencional no lançamento de uma nota fiscal, feita por um servidor, com o objetivo de gerar desgaste para a administração. Segundo ele, a prefeitura havia firmado licitação para adquirir o medicamento a mais ou menos R$ 1,19 por unidade. No entanto, o valor de R$ 7,00 foi digitado apenas em um item e divulgado a parlamentares da Câmara antes mesmo da prestação de contas ser publicada oficialmente no portal da transparência.
“A nota só chega a público quando a prestação de contas é feita, mas alguém alterou o valor e compartilhou isso com vereadores para tentar desgastar a gestão justamente quando estávamos recebendo novos lotes de medicamentos para a rede”, explicou o prefeito.
O episódio forçou a abertura de investigação interna e de um processo administrativo para apurar o caso. Na época, a denúncia virou pauta de sessões na Câmara, e vereadores cobraram explicações da Secretaria de Saúde e da gestão municipal.
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