DA REDAÇÃO
A situação da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá voltou a mobilizar autoridades estaduais e municipais nesta quinta-feira (10), durante uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT). O encontro colocou novamente em pauta o futuro do hospital mais antigo de Mato Grosso, ameaçado de fechamento após a decisão do governador Mauro Mendes (União) de desativar a unidade assim que o Hospital Central for inaugurado.
No encontro, ficou decidido que o imóvel, atualmente penhorado para o pagamento de dívidas trabalhistas que ultrapassam R$ 40 milhões, será leiloado. Avaliado em R$ 70 milhões, o prédio deverá ir a público nos próximos dias, mas com expectativa de que o próprio Estado ou a Prefeitura arrematem o espaço.
Enquanto o governador sustenta a decisão de encerrar as atividades da Santa Casa, o que vem gerando críticas de parlamentares e setores da sociedade, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), defendeu uma solução conjunta para garantir a continuidade do hospital. Para Abílio, embora a União tenha prioridade na aquisição, a Prefeitura está disposta a assumir a gestão da unidade caso outro ente público efetue a aquisição.
Aos jornalistas, ele também questionou o valor atribuído ao imóvel, que considera superestimado, e avaliou o leilão como o caminho mais viável diante do impasse. “Pouco importa se será com o governo federal, estadual ou municipal. O que importa é que o município não perca essa histórica casa de saúde”, reiterou.
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Para o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo, a Santa Casa não será fechada e a solução virá via arrematação. “Saio desta reunião absolutamente convicto de que a Santa Casa continuará funcionando e prestando atendimento à população de Mato Grosso. Esse é o desejo do prefeito Abilio, do governador Mauro Mendes, do vice-governador Pivetta e de toda a sociedade. O leilão vai acontecer dentro do processo legal, mas tenho certeza de que ou o Estado ou a Prefeitura vão adquirir o imóvel”, afirmou Sérgio Ricardo”, declarou.
O edital de leilão deve ser publicado nos próximos dias. Até lá, a unidade segue sob gestão do TRT, que administra os recursos do aluguel pagos pelo Governo do Estado para amortizar os débitos trabalhistas.
Nessa última semana, Mauro Mendes já havia reiterado a decisão de encerrar as atividades na Santa Casa, afirmando que os serviços serão transferidos para o Hospital Central, com previsão de inauguração nos próximos meses. “Já falei 10 vezes sobre esse negócio. Alugamos o prédio, construímos uma casa nova, 100 vezes melhor que a antiga, e vamos mudar todos os serviços para lá. O prédio não é nosso, é do TRT, e todos os serviços serão migrados”, declarou o governador à imprensa na segunda-feira (8).
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