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A decisão de recorrer ao Supremo é majoritária no entorno de Lula. Os ministros palacianos foram se convencendo um a um de que o recurso ao STF é necessário, apesar do risco de azedar ainda mais a relação com o Parlamento.
Fontes do Palácio relatam que não se trata apenas do IOF, mas de manter intactas as prerrogativas presidenciais. Na visão deles, é o poder presidencial que está em xeque. Se abrir precedente, o Congresso, sempre que achar que deve, vai derrubar decretos e avançar. É uma questão estrutural e não circunstancial. Está nas mãos da Advocacia Geral da União apresentar o parecer na semana que vem.
Apesar de se ouvir aqui e ali que o ideal seria Lula e os presidentes da Câmara e do Senado conversarem, impera o clima de chateação e irritação. "A Câmara tem que aprender que existe Constituição e é função do Executivo mexer no IOF", comenta uma liderança do governo.
O primeiro a insistir na tese da judicializaçao foi o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se convenceu a partir da forma como Hugo Motta colocou em votação o PDL que derrubou o aumento do IOF, surpreendendo a todos e, na visão do governo, quebrando um acordo.
Por último, pulou no barco o ministro da Casa Civil, Rui Costa, inicialmente mais reticente. Ao longo de todo esse processo, Lula se mostrou muito indignado e disposto a comprar a briga.
Por último, há a leitura de que não se pode deixar de fazer o debate político. É assim que se movem os atores sociais, em torno de questões políticas. Apesar da irritação, ninguém fala em rompimento. A analogia mais exata é que é preciso "dar um tempo" na relação.
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