DA REDAÇÃO
A duplicação da BR-163, no trecho de 220 quilômetros entre Sinop e Guarantã do Norte, pode finalmente sair do papel. A proposta está em análise no Tribunal de Contas da União (TCU) e prevê a inclusão da obra no contrato da concessionária Via Brasil, responsável pela rodovia. O investimento estimado é de R$ 9 bilhões, com contrapartida de ampliação no prazo de concessão por mais 15 anos.
O trecho é apontado como o mais perigoso da BR-163 em Mato Grosso, com 144 mortes registradas nos últimos dois anos, a maior parte delas em colisões frontais. O TCU deve encerrar os trabalhos da mesa técnica sobre o assunto até o dia 10 de agosto e, em seguida, sortear um ministro relator para apresentar parecer definitivo em até 45 dias.
Parlamentares e lideranças políticas de Mato Grosso acompanham de perto a tramitação. Um dos articuladores da proposta, o deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos), participou de reuniões com ministros do TCU e representantes dos Três Poderes no início do mês para tentar acelerar a aprovação da duplicação.
“Falei para o ministro do TCU, Vital do Rêgo, que em 2 anos pouparíamos, aproximadamente, 80 vidas em Mato Grosso. A maior parte dos acidentes com mortes neste trecho não duplicado da BR-163 é de colisão frontal”, disse o deputado.
De acordo com Diego, a Via Brasil apresentou ao TCU uma proposta para modificar seu contrato, que originalmente não previa a obra. “A duplicação seria possível com esse investimento de, aproximadamente, R$ 9 bilhões e uma ampliação de quinze anos no prazo do contrato”, acrescentou.
Para reforçar a mobilização, o parlamentar lançou um abaixo-assinado virtual de participação popular, que está disponível em suas redes sociais. Segundo ele, o objetivo é demonstrar o apoio da sociedade mato-grossense à obra e pressionar os órgãos de controle.
“Saí muito animado [da reunião com o TCU]. Temos um abaixo-assinado nas minhas redes sociais, é só entrar e assinar. Falei aos ministros e técnicos ‘vocês têm que ver o Mato Grosso’. A BR-163 acaba sobrecarregada com a loucura de desenvolvimento”, completou.
A expectativa é que, após a decisão técnica do TCU, a duplicação possa ser oficialmente incluída no contrato da concessionária. Se aprovada, a obra será bancada pela iniciativa privada e a empresa manterá a concessão do trecho por mais 15 anos.
Nos bastidores, a proposta é vista como viável, mas enfrenta discussões sobre o alto valor do projeto e os termos do contrato original. Ainda assim, os números de acidentes e a pressão política aumentam as chances de avanço.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.