ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
As representações do setor econômico de Mato Grosso manifestaram grande preocupação com o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% todos os produtos brasileiros exportados para aquele país.
A Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) divulgou que acompanha com atenção e apreensão as declarações de Donald Trump. “Medidas dessa natureza representam riscos concretos ao fluxo comercial entre os dois países, com impactos diretos na indústria mato-grossense”, destacou a entidade.
“Qualquer iniciativa que comprometa a previsibilidade, a competitividade e a estabilidade do comércio bilateral deve ser tratada com cautela e diálogo institucional”, pontuou a federação.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que os Estados Unidos foram, em 2024, o 17º principal destino das exportações de Mato Grosso — um avanço expressivo em relação à 36ª posição registrada cinco anos antes. No período, foram exportados US$ 415 milhões em produtos, somando 183,4 mil toneladas. Desse total, US$ 373,6 milhões referem-se à indústria de transformação — evidência clara da relevância do setor industrial nas relações bilaterais.
Entre os principais produtos industriais exportados de Mato Grosso para os EUA estão: carnes (US$ 148,5 milhões), ouro (US$ 147,1 milhões), gordura animal (US$ 43,5 milhões), gelatinas (US$ 16,8 milhões) e madeira beneficiada (US$ 12,5 milhões).
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Também são exportados do estado para os EUA produtos como soja em grão (US$ 39,4 milhões), amidos, colas e subprodutos (US$ 16,8 milhões), madeira parcialmente trabalhada (US$ 13,6 milhões), além de itens com menor volume financeiro, como álcoois e derivados químicos (US$ 1,7 milhão), óleos vegetais “soft” (US$ 1,6 milhão), hortaliças frescas (US$ 748 mil), frutas secas e frescas (US$ 625 mil) e algodão em bruto (US$ 429 mil).
Os segmentos que mais ampliaram sua presença no mercado norte-americano nos últimos anos foram: carne bovina, mineração e derivados de origem animal.
Para a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a taxação de 50% pode inviabilizar as exportações de carne do estado para os EUA. “Essa tarifa retira o nosso produto da concorrência nesse mercado tão importante para o nosso setor. A nova taxação elevaria o preço da tonelada da nossa carne para cerca de 8.600 dólares, inviabilizando qualquer comercialização com o mercado americano”, avaliou a associação.
Entre janeiro e maio deste ano, a tonelada da carne tem sido comercializada ao valor médio de US$ 3.842, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
Já a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) alerta que a decisão do presidente americano poderá pressionar o custo de produção no campo. “Como maior produtor de carne bovina do país, com rebanho superior a 30 milhões de cabeças, Mato Grosso pode ser diretamente afetado pela medida, que traz insegurança ao comércio internacional e pressiona o custo de produção no campo. A entidade defende que o Brasil adote uma postura firme e diplomática para preservar a competitividade do agronegócio e garantir segurança jurídica nas relações comerciais.”
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também se manifestou, afirmando que a medida representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre Brasil e EUA. “A nova alíquota produz reflexos diretos e atinge o agronegócio nacional, com impactos no câmbio, no consequente aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras.”
“Diante desse cenário, a FPA defende uma resposta firme e estratégica: é momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações”, conclui a Frente.
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Marcondes 11/07/2025
Concordo com você Marta, nessa linha, para quem sabe fritar hambúrguer lá como a maior realização de toda vida, deve estar comemorando muito, já que fazer gol contra aparece mais.
MARTA MARIA DA SILVA 11/07/2025
É nada, vão lá aplaudir o Trump e dar corda pra familia do boçal fazer esse estrago na economia do Brasil! Agora querem que o governo vai consertar a cagada desses antipatriotas?!
2 comentários