ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
Com a prisão do casal de empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goular Bentos, nesta sexta-feira (09/05), apontados pela Polícia Civil de Mato Grosso como os mandantes do assassinato do ex-presidente da OAB-MT, Renato Gomes Nery, e com a aparente solução do crime, o advogado Gaylussac Dantas de Araújo pretende buscar reparações legais por ter tido seu nome indevidamente envolvido na operação Office Crime.
“Estava apenas esperando esse momento, da resolução do caso, para tomar as medidas necessárias e buscar a reparação pelo erro cometido. Vou entrar com ação para reparação contra o Estado de Mato Grosso, contra pessoas que fizeram acusações indevidas e até contra alguns órgãos de imprensa que cometeram excessos. Muita coisa que não é verdade foi dita. Tenho que buscar essa reparação para mostrar que sou inocente.”
A Operação Office Crime, deflagrada pela Polícia Civil de Cuiabá, investiga a morte de Renato Nery, que sofreu atentado a tiros em 5 de julho de 2024 e morreu em 6 de julho de 2024.
Durante as investigações, por duas vezes, Gaylussac e outros advogados do escritório JB Advocacia foram alvo de busca e apreensão e tiveram os nomes divulgados na imprensa como possíveis suspeitos. Gaylussac afirma que teve sua reputação manchada, sofrendo desconfiança de clientes, amigos e até familiares, e que, para sempre, seu nome estará ligado ao caso, mesmo não tendo qualquer ligação com a morte do ex-presidente da OAB-MT.
Leia mais:
Casal acusado de mandar matar advogado chega a delegacia em silêncio; vídeos
Casal pagou R$ 150 mil e peças de joias para PMs envolvidos em morte de advogado
Polícia prende casal por mandar matar ex-presidente da OAB em Cuiabá
Casal que travava disputa de R$ 30 mi com advogado morto usará tornozeleira
Gaylussac esclarece que teve seu nome envolvido no caso por dividir o mesmo endereço profissional com o advogado Antônio João de Carvalho. “Somos amigos. Antônio é padrinho do meu filho, e eu sou padrinho da filha dele. Além disso, compartilhamos o mesmo endereço de trabalho, mas não somos sócios”, esclarece.
As investigações também não apontaram participação de Antônio João na morte de Renato Nery. Antônio João de Carvalho teria sido foi alvo das investigações porque, semanas antes de ser assassinado, Renato Nery protocolou uma representação disciplinar contra ele na Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT). Nery e Antônio João atuavam em lados opostos em uma disputa judicial envolvendo terras no município de São Joaquim.
“Mas eu não o conhecia, nunca tive nenhum tipo de relação ou qualquer ação judicial que envolvesse Renato Nery. Nunca sequer o encontrei. E, do nada, eu e minha família tivemos nossa vida invadida por esse caso”, reforça Gaylussac.
RESIDÊNCIA
A residência de Gaylussac também foi alvo de busca e apreensão na primeira ação da polícia, em novembro de 2024.
Gaylussac narra que a ação da polícia durante o mandado de busca em sua casa foi estranha. Notebooks foram deixados de lado, assim como armas de fogo, que ele possuía legalmente por ser atirador profissional. Levaram apenas um celular, que o advogado ainda não conseguiu recuperar. “A polícia disse que apreendeu ouro. Tinha umas barras sim, mas não era ouro de verdade”, relata.
Gaylussac nunca foi chamado para depor sobre o caso. “Como fazem uma ação de busca e apreensão, expõem as pessoas na mídia e não chamam a pessoa para depor?”, questionou.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.