GIOVANA GIRALDELLI
DA REDAÇÃO
Nesta quinta-feira (10), a vereadora e primeira-dama de Cuiabá, Samatha Iris (PL), voltou a comentar sobre o andamento da CPI do Transporte Público, da qual é presidente. Ela destacou que, na última reunião da comissão, foram identificadas falhas graves nos contratos firmados com as empresas de ônibus, como a ausência de metas e indicadores objetivos sobre a qualidade dos serviços prestados, além de lacunas nos cálculos das tarifas e na gestão do fundo da bilhetagem. Diante da complexidade das investigações e da quantidade de documentos a serem analisados, a comissão teve seu prazo prorrogado por mais 120 dias.
A vereadora explicou que quando se fala em "qualidade do ônibus", não há qualquer parâmetro definido nos contratos para orientar a fiscalização. “Ninguém sabe o que seria 'qualidade do ônibus', porque essa informação não existe em lugar nenhum”, afirmou.
Também chamou atenção o fato de que os contratos são praticamente idênticos entre si, mesmo atendendo regiões com demandas diferentes. “É basicamente um contrato copiado do outro, só muda o nome da empresa”, observou.
Segundo a presidente da CPI, a próxima etapa dos trabalhos inclui uma rodada de oitivas com diretores e ex-diretores da Arsec, da MTU e da Semob. Alguns já foram convocados e responderam por escrito, mas a comissão quer informações de pontos que ficaram sem esclarecimentos. “Vamos ouvir pessoalmente para verificar o que não ficou claro nas respostas enviadas por documentação”, afirmou a vereadora.
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Outro tema pautado pela vereadora foi o aumento das reclamações vindas de moradores da região sul de Cuiabá, especialmente de bairros como Pedra 90, Nova Esperança e Jardim Industriário. Denúncias relatam a circulação reduzida da frota de veículos no horário de pico durante o mês de julho, em meio às férias escolares, causando atrasos para trabalhadores que dependem do transporte.
Com a prorrogação aprovada por mais 120 dias, a expectativa é que a CPI consiga aprofundar a análise técnica dos contratos e promover oitivas que esclareçam os pontos ainda sem respostas. Para Samatha, a comissão precisa ir além da identificação de falhas e contribuir para a melhoria concreta do sistema de transporte da capital. “Acho importante que a gente possa verificar essa questão dos contratos justamente para saber como fazer uma cobrança da forma legal, pra que isso seja resolvido de forma definitiva”, concluiu.
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